Existem observações que ao serem pronunciadas precisamos ter cuidado em que contexto ela está sendo aplicada. Nos anos da ditadura no Brasil, o governo lançou um slogan “BRASIL, AME-O OU DEIXE-O”. Esta afirmação ou sugestão foi usada como subterfúgio para fazer calar as vozes daqueles que queriam mudanças na política brasileira da época. Não se tratava de sair, abandonar ou fugir e sim de analisar e discutir o que estava acontecendo.
Nos ...meus muitos anos de magistério, participei de diversas lutas, muitas sob a forma de greve, e ouvi junto com meus amigos, este tipo de observação: “não está satisfeito com a sua profissão, vá vender picolé na praia”.
Uma distorção dos direitos humanos, eu sempre quis ser professor, sou professor atuante até hoje (2017) e por isso mesmo, tenho o direito de me fazer ouvir, de opinar, de reclamar, de sugerir, de querer colaborar para que ensino no Brasil (público e privado) melhore cada vez mais.
Portanto, não se trata de “os incomodados que se mudem”, mas sim, que os incomodados lutem para que haja melhorias, mudanças e renovações. Estar “incomodado” pode ser um grito de alerta para alguma coisa que precisa ser analisada e possivelmente modificada.
Sabemos que existem várias formas de lutar, regras e leis, porém não podemos abandonar o direito de analisar, pensar, discutir, trabalhar, agir e se mostrar indignado e incomodado com aquilo que de alguma forma possamos considerar antidemocrático, antiético.
Os incomodados que se mudem, ou, que mudemos aquilo que está incomodando?
Edison Borba
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