Pois ainda arde, em mim, desejos fortes/
Como a primavera, floresço a cada dia/
Encho meu coração de sonhos e me devoro em chamas/Pensando em meu amor, luto com as feras/
Que me dilaceram, o corpo, rasgando minhas carnes/
Em vontades loucas sangro as feridas/Lembranças das noites nas quais me consumi/
Entregando-me sem falar palavra/
Entre as delícias dos pecados/E as dores nos prazeres das torturas/
Olho pela janela, vidraça empoeirada/
Tento sair para te encontrar em estradas/
Lembro da nossa intimidade mórbida/Dois seres que se amaram em pacto de sangue/
Se devoraram e se consumiram/
Na busca da paixão mais insana e santa/
Estou sozinho em meu leito triste/Ardendo por você, estranho amor/
Não sei por onde andas, em que estradas vives/
Não choro as penas nem os desvarios/Exibo os troféus desse amor macabro/
Que na tortura nos levava ao gozo/
Do céu ao inferno num segundo íamos/Infinito amor deixou marcas profundas/
Cicatrizes lindas para toda a vida/
Edison Borba
Maravilhoso!!!Parabéns mais uma vez professor. Que sensibilidade para escrever.bjin
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