sábado, 28 de abril de 2012
EMPREGADAS DOMÉSTICAS
Fazer almoço, servir o jantar, lavar a louça e atender aos patrões. Marias, Josefas e Severinas são atletas maratonistas. Correm pela casa por muitas horas diárias atendendo aos seus senhores.
Etelvinas, Marizetes e “Das” Dores, também são contorcionistas, do tipo que entram em pequenas caixas, dobrando o corpo, como se fosse de borracha. Andam espremidas nos trens e ônibus e quando no dormem no emprego, se contorcem em pequenos espaços chamados quartos.
Muitas vezes malabaristas equilibram bandejas e pratos, louças caras que seus salários nunca irão comprar.
Altinas, Arletes e Zezés também são equilibristas. Penduradas nas altas janelas de edifícios fazem números circenses de tirar o fôlego de qualquer cidadão. Limpam vidros e espelhos, deixando-os bem reluzentes para agradar a “madame”.
Muitas vezes economistas, conseguem “reduplicar” a diária e o salário, mantendo filhos e filhos e algumas o companheiro que não “curte” trabalhar.
Espanam o pó, batem tapetes, lustram móveis e panelas. Dia todo e todo dia, semana após semana. Meses, anos vida afora, as empregadas domésticas, mulheres indispensáveis na limpeza e na despesa, fazem a diferença no mundo.
Tornaram-se indispensáveis para levar alegria e amor em casas que não são lares. Silenciosas e atentas essas mulheres guardam segredos de alcova. Sabem das nossas mazelas, das tristezas e desenganos. Das famílias poderosas, dessas que saem em capa de revista, com sorrisos programados, elas sabem dos pecados e guardam segredos de estado.
Deslizam por nossas casas as Claudetes e Corinas entram em cada cantinho, desvendando os mistérios de nossa intimidade. Deixando de ser copeiras, cozinheiras e arrumadeiras elas tornam-se irmãs, amigas, mães e companheiras.
Dia 27 de abril foi reservado no calendário para homenagear essas mulheres. Cuidam das casas outras, relegando as próprias suas. Embalam bebês dos outros, enquanto os seus, choram a sua ausência. Servem em porcelana e cristais de alto luxo, sem invejar ou desejar aquilo que não lhe pertence.
Guerreiras mulheres. Trabalhadoras incansáveis. Donas de casa esmeradas. Cozinheiras de mãos cheias. Servidoras e não servis. Criadas mais educadas que muitas “crias” de famílias que possuem o poder. Parabéns pelo seu dia! Obrigado por me servirem de exemplo de cidadania e vontade de vencer!
Edison Borba
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