segunda-feira, 16 de julho de 2012

O SILÊNCO DE Paul McCartney

As leis existem para ser cumpridas, porém, muitas vezes (muitas vezes mesmo), elas deixam de ser levadas a sério, principalmente quando se trata de aplicá-las aos FAMOSOS.
Infelizmente, o Brasil é um dos países campeões da lei das “carteiradas”, isto é, o cidadão quando apanhado burlando alguma regra social,  mostra a sua carteira e fala com voz de autoridade: “sabes com quem estás falando?”
Essa mágica frase, faz com que algumas autoridades policiais, deixem de cumprir com o seu dever esquecendo, de punir o  infrator.
Nas estradas o abuso de bebidas alcoólicas, atitude que fere a lei que proíbe beber e dirigir, é constantemente burlada por artistas, políticos,.atletas, empresários, filhos de emergentes, cantores e outros indivíduos que se consideram acima da lei e da ordem.
E dessa forma vamos caminhando, dia após dia, sobrevivendo às incoerências de se viver numa sociedade das desigualdades.
Aqui, na maravilhosa cidade, ser uma pessoa comum, não pertencer ao “seleto” grupo de caras, bocas e bumbuns é conviver com tratamentos diferenciados.
Por tudo isso é que tomar conhecimento que Paul McCartney foi impedido de cantar a canção de encerramento do show em que participava com Bruce Springsteen, em Londres, foi incrivelmente interessante.
Em Londres, no Hyde Park, a lei do silêncio funciona!
Lamentavelmente os fãs deixaram de ouvir uma canção, mas felizmente, os moradores do local, pessoas que pagam impostos e contribuem com seu trabalho para o fortalecimento do país, tiveram a garantia de um sono tranquilo.
É constrangedor admitir, que se o espetáculo fosse realizado no Rio de Janeiro, o querido Paul poderia cantar até o dia clarear.
Aqui, na cidade maravilhosa, a lei do silêncio, assim como outras leis, não são devidamente cumpridas. Morar na região da Lapa, onde se acumulam bares e restaurantes ou em frente às praias onde constantemente são realizados grandes shows, é conviver com barulho até altas horas da madrugada.
Parabéns ao povo Londrino que tem seus direitos garantidos pelo cumprimento de suas leis.
Parabéns ao Paul McCartney, que não usou de seu prestígio para burlar as regras da sua cidade.
Dois bons exemplos a serem seguidos.
O silêncio do Paul, fez soar bem alto a voz dos direitos humanos!
Valeu McCartney!
Edison Borba

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