O mundo musical está repleto de músicas que falam e
cantam bebidas, porém a cachaça é uma das mais presentes no nosso cancioneiro. A
“marvada” vem sendo motivo para afogar tristezas, curar mal de amor, consolar homem
traído, festejar conquistas. O que não falta é motivo para entornar uns goles,
porém sempre tendo o cuidado de pingar no chão a “do santo”. Bom bebedor sabe
que primeiro é preciso servir “àquele” que não vemos.
O dia 13 de setembro foi escolhido para ser o “dia
nacional da cachaça”, provavelmente para
relembrar “O Ébrio”, uma história triste sobre um homem que perde tudo ao se
tornar um bêbado. Vicente Celestino, e sua grande voz imortalizou a tragédia,
provocada pela bebida.
A “Divina” Elizeth Cardoso brincou com o tema
cantando, “Eu bebo sim”, um clássico que se junta a outro interpretado por
Inezita Barroso, “Marvada Pinga”. Adoniram Barbosa com sua irreverência nos
presenteou “Mulher, patrão e cachaça”.
As águas rolaram num carnaval do Rio de Janeiro, quando
o povo saiu para as ruas, cantando:
“As águas vão rolar,
Garrafa cheia eu não quero ver sobrar,
Eu passo a mão no saca, saca, saca-rolha,
E bebo até me afogar, deixe as águas rolar ...”
Batizada com dezenas de nomes, como abrideira,
birita, marafo, pura, calibrina, pinga, branquinha, canjebrina, quebra-goela,
cambraia, teimosa, urina-de-santo, saideira e outros tantos, variando de região
e de cidades, porém o efeito é sempre o mesmo.
Na Bíblia o episódio “a embriaguez de Noé”, narra
que após o dilúvio Noé plantou vinha e fez o vinho. Bebeu e se embriagou, tirou
a roupa e desmaiou. Seu filho Cam o encontrou “tendo à mostra as suas vergonhas”.
Talvez tenha sido este o primeiro caso de embriaguez e suas maléficas
consequências.

Apesar de todas as brincadeiras e risos que as
bebidas alcoólicas inspiram, sabemos dos malefícios causados pelo alcoolismo. Lares
destruídos, assassinatos, suicídios, brigas, violência e tantos outros
problemas, que pioram a medida que a sociedade desenvolve mais artifícios, que
usados por indivíduos alcoolizados tornam-se perigosas armas. Os meios de
transporte são bombas que explodem nas ruas e estradas causando vítimas fatais.
Por mais que campanhas educativas sejam realizadas, o vício e o desrespeito
ainda estão ditando as regras.
As bebidas foram criadas para alegrar e festejar,
não e o álcool que causa problemas sim
aqueles que não sabem como usá-lo. Voltando novamente à Bíblia, o lindo
episódio das bodas de Caná, narrado no Evangelho de João, Jesus a pedido de sua
mãe transforma água em vinho.
Portanto, a maior e mais deliciosa bebida está na
nossa fé! Através dela, não precisamos de nenhuma bebida para ser feliz!
Edison Borba
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