Costuma-se dizer que um dia é de cão, quando “coisas”
fora do comum acontecem. Geralmente são dias difíceis, complicados e muitas
vezes trágicos. Apesar dos cães serem considerados os maiores amigos do homem,
os dias em que ele surge como estrelas, não são necessariamente os melhores
para a nossa vida.
Nos anos setenta Al Pacino, protagonizou um delicioso
filme chamado “Um Dia de Cão”. A história envolve um cidadão comum que, em
pareceria com um amigo planeja assaltar um banco. Porém, tudo sai errado e o
que era para ser apenas um simples roubo no bairro do Brooklyn, transforma-se num
divertido e emocionante “dia de cão”. Filme divertido e comovente foi baseado
numa história real, marcou época nos cinemas do mundo.
Os dias de cão, na realidade, estão sempre acontecendo,
ou particularmente para um indivíduo ou
então para grupos e até para sociedade em geral.

Pela manhã, em São Paulo, passeatas, provocaram um enorme
engarrafamento. Em Pernambuco, a greve dos policiais, abriu espaço para que
saqueadores e baderneiros provocassem invasões e saques no comércio. No Rio de
Janeiro, além de algumas greves, estão previstos movimentos no centro da
cidade. Em outros estados, também os canis foram abertos, prometendo um dia de
muitos cães para mais de cinquenta cidades.
A mola propulsora destas manifestações é a corrupção que
envolveu e envolve as atividades da Copa do Mundo de Futebol.
Infelizmente, o que poderia ser uma grande festa,
transformou-se num mar de lama que inundou todo o país. Além da construção
desnecessária de arenas monstruosas, que ficarão abandonadas após os jogos, o
alto custo de cada uma delas e o desvio de verbas foi escancaradamente
acompanhado por todo o povo.
É triste sabermos que após as festas, os brasileiros
continuarão a viver dias de cão, nas filas dos hospitais, no meio das balas
perdidas, nas escolas maltratadas, na insegurança das ruas, durante as chuvas e nos tantos outros dias, semanas e anos que
nem os cães, merecem ter.
Edison Borba
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