Quando assisto à
propaganda do governo referindo-se à “reforma do ensino médio” sou acometido
por uma mistura de sentimentos que vai da raiva à vontade de chorar. Gastaram milhões de reais para montar um
propaganda enganosa. Fico lembrando do Brasil rural, do Brasil da pequenas
cidades, locais em que as crianças e jovens caminham léguas para chegar a
escola. Mas também lembro-me dos meus alunos aqui do Rio de Janeiro e das lutas
travadas para que haja menos alunos nas classes e professor para cobrir toda a
grade curricular e que as escolas tenham um mínimo de conforto e materiais para
que cada professor possa exercer as suas funções adequadamente.
É covardia divulgar
uma farsa!
Não é a primeira vez
que escrevo sobre esta situação. Reformamos o que existe, para melhorar o que
já era razoavelmente bom. Mas, reformar o que não existe? Só pode ser
pegadinha!
Onde estão os
professores que irão atender as necessidades dos jovens? Onde estão as escolas
aparelhadas para o ensino profissionalizante?
Em tempo: nos anos 70
lecionei numa num Colégio da rede estadual, bairro nobre da zona norte da
cidade do Rio de Janeiro, com formação de ensino Médio Profissionalizante na
área de “Técnico de Laboratório Clínico”.
Laboratório clínico?
Laboratório? Clínico?
Eu e meus colegas
passamos anos usando a voz, o cuspe e o giz e nada mais que isso.
Diplomas? Sim, eles
foram emitidos!
Covardia!
Edison Borba
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