O forte calor que se abateu ontem, dia 17 de janeiro, sobre a
Cidade Maravilhosa, levou-me a procurar amigos, numa mesa de bar, aqui no
Humaitá, meu querida bairro. Como cantou Gonzaguinha, mesa de bar é o melhor
lugar para o exercício da democracia. Todos podem expressar suas opiniões, sem
constrangimento e sem que as amizades fiquem abaladas. Entre os diversos temas
que “rolaram”, um dos que mais empolgou a galera de homens e mulheres foi a
questão do silicone. Como o número do masculino estava equilibrado com o
feminino, o tema não correu o risco de tendenciosidade. Mas, o que mais
levantou a voz da galera foi a produção de “monstros” siliconados. E a pergunta
que não quis calar foi: “por que uma pessoa transforma monstruosamente seu
corpo em busca da beleza?”
Vaidade excessiva, egocentrismo, falta de amor próprio,
infelicidade, narcisismo foram as causas mais citadas entre tantas outras,
alguma até impublicáveis aqui neste espaço. Fechamos a última rodada de chope
sem termos chegado a nenhuma conclusão (aliás nem era para chegar mesmo), porém
uma questão eu trouxe para casa em minha cabeça e estou agora dividindo com
você que está se dispondo a ler esta coluna.
O que faz uma pessoa perder a noção de si próprio e se
transformar num monstro em busca da beleza? Será o mesmo transtorno mental que
envolve os anoréxicos? Será, talvez, a perda da fé ou de um caminho de
religiosidade capaz de os fazer pensar na obra divina que é o nosso corpo,
criado por Deus?
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Questionamentos complexos, difíceis de responder. De pronto o que me vem a mente é a palavra infelicidade em suas múltiplas facetas, pois o monstro em que se transformam não combina com beleza. Confusões e conflitos que somente o ser humano consegue criar.
ResponderExcluirSe não pudermos fazer nada de forma concreta por essas criaturas, tenhamos pelo menos compaixão por elas.