“Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...”
Le Petit Prince – Saint Exupéry
Em contato com meus sentimentos, reencontrei o livro: “O Pequeno Príncipe”. Ao reler algumas páginas, me detive mais uma vez no encontro do menino com a raposa. Memorável diálogo, que se ajusta como uma luva às nossas vidas.
Quantos de nós somos cativados por alguém, que surge e vai se apoderando dos nossos sentimentos. Aos poucos devagarzinho, como quem nada quer, cativa-nos. Quando isso acontece, passamos a nos responsabilizar mutuamente.
O tempo passando e a amizade ficando cada vez mais sólida. Um zelando pelo outro. Cuidando com carinho de cada dia. Nenhum interesse, apenas a vontade de ficar junto e caminhar lado a lado, como a raposa e o menino. Uma amizade tão sólida, que parecia eterna.
Um dia, o amigo vai embora. Diz adeus e segue por outro caminho. Ficamos sós.
Questões:
- Por que nos deixamos cativar?
- Toda relação de “cativar” é recíproca?
- Pode haver um “cativar” unilateral?
- Por que, alguém parte, após cativar o outro?
- Se ao cativarmos alguém, nos tornamos responsáveis por esse alguém, por que abandonar?
- Existe cura para a dor do abandono?
- O que fazemos com a nossa “afetividade” quando o amigo parte para outras aventuras?
- É possível cativar mais de uma pessoa ao mesmo tempo?
- Após ser cativado e abandonado, é possível reativar a vontade de cativar e ser cativado?
- A raposa foi cautelosa quando se aproximou do príncipe. Essa deve ser a nossa atitude?
- Podemos cativar alguém num primeiro encontro?
- É possível sermos enganados, isto é, imaginarmos que havia ou que não havia (“cativar”)?
- E quanto a nós? Podemos nos enganar com nossos próprios sentimentos?
São tantas questões que surgem quando, após um envolvimento, somos deixados de lado. O que fazer com a amizade? É como preparar um bolo de chocolate e o convidado não aparecer.
O que faço com essa guloseima? Jogo fora? Como sozinho? Dou para outra pessoa? Deixo na geladeira como lembrança de algo ruim? O que faço com meu bolo de chocolate?
Se alguém tiver respostas para tantas questões, por favor, me procure.
Abraços do Edison Borba
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