Dona
Maria, mãe de Georgina e avó de Iolanda; foi uma das pessoas mais
lindas que conheci em toda a minha vida. Ela certamente brilha no céu
junto com outras estrelas as quais aprendi a a amar. Mulheres
talentosas quebraram tabus, destruíram paradigmas, lutaram contra
preconceitos. Gerações de guerreiras, libertas pela força de
vontade de serem fortes para derrubar muralhas que não foram
destruídas pela Lei Áurea.
Nesse
universo feminino reina Zezé mota, eterna Chica da Silva, cantora e
atriz de beleza única. No cinema, no teatro e até nos palanques, é
presença da força da mulher brasileira.
Clementina
de Jesus com sua rouca voz, seus jongos e maracatus, encantou a
Europa. Quando ouço Clementina cantar, lembro-me dos cantares de
dona Maria, de suas rezas e louvores.
Outras
brilharam e ainda brilham, no estrelado céu brasileiro. No teatro e
na música, como cantoras e compositoras temos: Léa Garcia, Alaíde
Costa, Ruth de Souza, Leci Brandão, Dona Ivone Lara, Jovelina Pérola
Negra e Chica Xavier.
Luislinda
Dias de Valois Santos, primeira negra a ocupar o cargo de juíza, no
Brasil. Reconhecida por lutar pelas causas contra o preconceito
racial, atua como magistrada do Tribunal de Justiça da Bahia.
Aplausos
para Mercedes Baptista, que durante anos fez parte do corpo de baile
do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, porém poucas vezes foi
escalada para atuar, por ser negra. Apesar da discriminação
sofrida, ela criou espaços e estratégias para lutar contra o
racismo no Brasil.
Essas e
muitas outras mulheres negras brasileiras são exemplos de luta para
sobreviver; tiveram e ainda têm que redobrar suas habilidades para
não sucumbir ao preconceito social e racial.
Monike
Cristina de Souza, brasileira de Piracicaba, bailarina negra,
representa a juventude talentosa que contribui para derrubar
barreiras. Aluna da Companhia Jovem da Escola do Teatro Bolshoi no
Brasil, em Joinville (SC ), foi convidada a protagonizar a montagem
do espetáculo, Cisne Negro, na Rússia, quebrando mais um paradigma
em relação à participação de artistas negras na arte da dança
clássica.
Dona
Maria, a rezadeira, faz parte das minhas memórias juntamente com
outras incríveis belezas negras.
Edison
Borba
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