Nestes
dias que antecedem ao domingo, 10 de maio, quando será comemorado o
Dia das Mães, os shoppings e as lojas de diversos produtos embarcam
em propagandas usando páginas de jornais e revistas. Nas diversas
emissoras de rádio e de televisão, uma grande quantidade de
comerciais, invadem nossas vidas.
Após
algumas horas ouvindo e vendo as diversas propagandas de roupas,
sapatos, joias, relógios, perfumes, utensílios para o lar entre
outros produtos que poderão se transformar em presentes, me dei
conta que mãe, só tem branca!
Não foi
possível identificar nenhuma mulher negra, anunciando qualquer tipo
de produto. Num país miscigenado como o Brasil, esta situação
deixa transparecer uma forma velada de preconceito. Pelos comerciais,
as mães do Brasil, nascidas entre Oiapoque e o Chuí, possuem pele
clara e cabelos louros, em algumas pode-se observar cabelos castanhos
ou escuros, mas no caso da pele, não existe, aqui neste país sul
americano, mães de pele negra.
Infelizmente,
os empresários ainda não perceberam que existe uma grande parcela
de homens e mulheres, que possuem cartão de crédito, conta
bancária, cheque especial entre outros veículos que funcionam como
moeda, são afro descendentes.
É
constrangedor, assistir horas e horas de comerciais, entrarmos em
shoppings e lojas e não conseguirmos identificar nenhuma propaganda,
foto ou poster com modelos de pele negra.
Que
vergonha!
No
Brasil, ainda convivemos com a discriminação disfarçada, que tenta
relegar a um segundo plano, uma grande parcela da população que
trabalha para manter este País como Nação forte e produtiva e que
também comparece aos mercados, lojas e shoppings gastando, comprando
e consumindo os produtos anunciados.
Como a
relação mãe e filho é algo inseparável, no Brasil, não existem
bebês de pele negra, como consequência da não existência de mães
com ancestralidade africana.
Até
quando vamos conviver com tanta ignorância?
Edison
Borba
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