segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O POVO UNIDO JAMAIS ...

Este e outros gritos já foram e ainda continuam a ser ouvidos nas ruas, avenidas e praças do Brasil. Em diversos momentos da história brasileira trabalhadores, estudantes o povo em geral se reúne para reclamar seus direitos. Em greves, durante o período de ditadura, nos anos Collor, nas grandes reinvidicações o povo se une e clama por justiça.
Este dominhgo 16 de agosto, mais uma vez milhares de brasileiros voltaram às ruas e mais uma vez ouvimos "o povo unido jamais será vencido".
Infelizmente, nossos governantes e políticos em geral estão usando tapa ouvido ou sofrendo de surdez coletiva, pois ignoram o apelo de milhares de homens, mulheres, jovens e crianças que pedem por seu direitos como cidadãos.
Provavelmente a maioria dos parlamentares, empresários e demais componentes da grande corte presidencial passaram o dia à beira de suas piscinas saboreando caviar regado a champanha francesa.
É possível ouvir seus risos e deboches da população, que não está mais aguentando a pressão da crise que assola o País. Os brasileiros estão vivendo dias de incerteza e impunidade.
Apesar da Operação Lava Jato estar passando à limpo a nossa atual democracia, ainda estamos longe de vermos os corruptos (todos) na cadeia, cumprindo pena como qualquer bandido.
Antigos políticos e velhos presidentes reunidos com a jovem guarda de parlamentares, muitos descendentes diretos de conhecidos corruptos.
Eu, particularmente, já perdia a conta do número de vezes que caminhei pelas ruas gritando palavras de ordem. Fui universitário nos anos sessenta, bancário e profesor e desde então (mais de 40 anos) continuo acreditando que "o povo unido jamais será vencido".
Vi muitos companheiros partirem, sofrerem e envelhecerem na luta por uma democracia verdadeira.
Vi líderes em quem acreditei transformarem-se em bandidos, ladrões, corruptos mudando completamente de comportamento após chegarem aos palácios, senados e câmaras.
Já chorei lágrimas de "spray" de pimenta, carreguei faixas e bandeiras e fui convidado a visitar o antigo DOPS, mas nunca  perdi a fé em  um Brasil mais ético com seu povo.
Minha esperança até hoje dança na corda bamba de sombrinha, como cantou Elis Regina, mas o nosso show tem que continuar.
Hoje vivemos mais um ato desta ópera. as cortinas do teatro Brazilis, fechou ao final de mais um espetáculo. Na plateia o povo aguarda por uma nova temporada, com melhores atores e atrizes, fazendo um papel melhor.
Estou quase pedindo a devolução do meu ingresso e buscando outro teatro onde eu possa deixar de conviver com esta trágica comédia que há anos está sendo encenada nos palcos do Brasil.
Edison Borba


 
 

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