Quando uma fotografia é feita de um objeto inanimado, como uma pedra, uma cadeira ou uma casa o que se obtém é apenas a imagem. Através dela podemos fazer avaliações de tamanho, cor, posição espacial e até da qualidade do que foi fotografado. Porém, quando fotografamos pessoas, as imagens vão muito além. Podemos observar, através de uma foto, os sentimentos daqueles que cederam sua imagem. Dor, alegria, saudade, felicidade, sofrimento, amargura e desespero são algumas emoções que uma câmera pode “capturar” e “reter” por uma eternidade.
As antigas máquinas de fotografia, batizadas como “Kodak”, deram lugar a uma infinidade de pequenos aparelhos que se multiplicam por todos os lugares do mundo.
As estudadas “poses” foram substituídas por “flagras”. Nada mais passa impunemente diante das lentes destes “monstrinhos” eletrônicos.
São milhares de fotos, revelando intimidades, nem sempre fáceis de ser explicadas. Adultérios, nudez, posições comprometedoras, companhias inadequadas, situações bizarras que valem mais do que mil legendas. No carnaval, revelaram e mostraram claramente os "mijões" sujando a cidade. Como explicar o que está estampado e revelado por uma foto?
No processo de reflexão democrática, pelo qual o Brasil e o mundo estão enfrentando, as fotografias tem sido fiéis aliadas. As câmeras de fotografam e filmam, valem mais do que palavras. Foram elas que revelaram que o dinheiro do povo, não estava nos cofres de um Banco Federal, mas sim em cuecas, meias e bolsas de alguns políticos. Revelaram também, amizades comprometedoras, desmascarando homens públicos, que há anos enganam a população.
Benditas fotografias. Abençoadas câmeras. Nunca tantos segredos foram revelados em tão pouco tempo.
Ministros que juram não conhecer “uma tal” pessoa, é flagrado ao lado da mesma. Cidadãos que diante de um plenário, declararam não ter pisado “num tal avião”, é mostrado descendo as escadas da aeronave.
Como explicar, aquela festa, onde inimigos políticos aparecem bebendo, sorrindo e confraternizando. As imagens nas fotos revelam alegria, parceria, cumplicidade e a falta de vergonha desses senhores e senhoras, tão austeros quando falam para o povo. Em suas oratórias inflamadas podem nos enganar, mas não conseguem explicar aquele “flagra”!
Edison Borba
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