Minha intenção ao entrar na loja era
apenas comprar “shampu”. Um produto
simples que normalmente é usado para lavar os cabelos.
Confesso que tento ser uma pessoa
prática. Só vou às compras quando “tenho certeza” do que preciso. Não sou o
tipo de freguês que faz o vendedor revirar todas as vitrines para comprar um
par de meias. Normalmente
sei o que quero e do que não gosto de usar. Não me ligo muito nas marcas e
quanto ao preço, algumas vezes me preocupo com esse item. Sou atencioso com a
validade, principalmente nos itens relacionados aos alimentos. Sou cauteloso e
verifico nas embalagens o dia de fabricação e a durabilidade do que pretendo
comprar.
Considero-me
um cliente simpático e atencioso com os balconistas. Procuro, sempre que
possível, exibir sorrisos e nunca, esqueço-me de cumprimentar e agradecer à
gentileza dos atendentes. Algumas vezes, dependendo do vendedor, até que “rola”
uma ligeira conversa sobre o clima ou outro assunto que não seja religião,
política ou futebol. Evito complicações!
Voltando
ao caso do “shampu”, para minha
surpresa, quando cheguei à frente da prateleira do procurado produto, deparei-me
com uma infinidade de tipos e variedades do tal “lavador de cabelos”. Minha
primeira tarefa foi não confundir “shampu” com condicionador. O vidro de um
deles estava de cabeça para baixo, enquanto o outro se posicionava normalmente,
isto é, de cabeça para cima. Feito esse reconhecimento, concentrei-me no que eu queria.
Não
imaginava que havia uma infinidade de marcas, cada uma indicando um tipo de
cabelo. Eu não sabia que havia tantos
tipos capilares, para mim, cabelo é cabelo e nada mais que isso. Comecei observando os rótulos e suas
indicações: “shampu” para hidratação, brilho, restauração, proteção, cabelos
secos, oleosos, mistos, tingidos, quebradiços, compridos, lisos, cacheados,
grisalhos, louros, pretos e recém - pintado.
Uma
lista quase telefônica, para identificar um simples produto para higiene
capilar!
Diante
de tantas variedades, “deprimi”. Descobri naquele momento que eu não sabia que
tipo de cabelo eu “usava”. Eu, que já perdi as contas, das vezes que olhei-me
no espelho, não sabia distinguir o que estava sobre a minha cabeça.
Como
comprar um produto sem saber se era o indicado para o meu tipo de cabelo?
Procurei
me controlar usando técnicas que aprendi num curso de meditação.
Mais calmo voltei a olhar para aquela
variedade de ofertas. Observei que havia mais desdobramentos: “shampu” para
combater a caspa e outro para ser uado após o tratamento, um específico para cuidar
das pontas e outro especialmente para manter o colorido das madeixas. Mais
confuso eu fiquei e quase em prantos busquei a ajuda de uma gentil atendente,
mas qual, a simpática jovem não pode me ajudar. Com muito cuidado, orientou-me
a voltar para casa e buscar informações. Discretamente, aconselhou a ajuda de
um dermatologista.
Saí
da loja sem saber o que eu tinha dentro da cabeça e também o que estava sobre
ela. Fiquei atônito e desorientado. Quase em desespero, e não querendo entrar
em pânico, procurei um barbeiro e raspei
a cabeça!
Edison
Borba
Nenhum comentário:
Postar um comentário