Estarrecedor é a única palavra que me
ocorre para definir tal situação. Pagar mais de cem reais para algumas pessoas vandalizar, depredar, incendiar, destruir e
colocar vidas em risco é impossível de definir. A partir desta denúncia, a tão
sonhada democracia escorre pelo ralo como água da chuva. Provavelmente, além do
dinheiro, esses “cidadãos” devem receber orientações para agir. É provável que
haja algum tipo de cartilha da violência.
Faz-nos lembrar, os tempos da ditadura,
quando nas reuniões de sindicatos, passeatas, salas de aula, fábricas e escritórios havia o perigo dos
infiltrados. Eram indivíduos que além de fazer o papel de “olheiro” também eram
treinados para provocar distúrbios.

Todas as vezes que o mundo entrou num
conflito, no início a situação não foi tratada com a devida seriedade. A perda
do controle sobre essa massa que recebe lavagem cerebral é extremamente
perigoso para a liberdade de um país.
A democracia está ameaçada, a população
assustada e os legisladores estagnados, mantendo nas gavetas propostas para
criminalizar o vandalismo durante passeatas e atos públicos e democráticos.
A república brasileira está encurralada;
de um lado milicianos, traficantes, justiceiros e os vândalos subvencionados e do outro lado a
população. Estamos em ano eleitoral, ano de Copa de Mundo, às vésperas da
realização dos Jogos Olímpicos e continuamos assistindo diariamente o aumento
da violência em todo país. Todos os dias, os jornais noticiam fechamento de
vias públicas, ônibus incendiados, protestos aliados a distúrbios, vandalismo, patrimônio
público e privado sendo danificado, e apenas ações pontuais da polícia, que apaga
os incêndios, mas não atua diretamente no foco do problema. As UPPS que foram instaladas
em algumas comunidades cumprem o papel de ocupadores, mas para chegar até a
pacificação, ainda está faltando muito. Ocupou,
mas não pacificou! As carências continuam a existir, permitindo ao poder
paralelo exercer funções do estado. O
financiamento do vandalismo é também uma consequência da falta de políticas
mais concretas que possam caminhar além da instalação de cabines (UPPS). Faltam
escolas, creches, saneamento, transporte público de qualidade entre tantos outros
benefícios que sempre estão citados por milhares de brasileiros. Já perdeu-se a
conta das vezes que este discurso foi proferido!
Quando o jovem suspeito de acender o
artefato que matou o cinegrafista, foi preso, ele repetiu as mesmas palavras
várias vezes para uma jornalista que tentava entrevistá-lo: “sou trabalhador,
ando de trem, o país precisa de saúde e educação”. Palavras ditas num vazio
assustador. Era um boneco repetidor de palavras demonstrando a falta de
compreensão dos seus significados. Lavagem cerebral?
Estarrecedor! Quantos trabalhadores irão
morrer, para que as autoridades percebam que estamos diante de uma situação
extremamente perigosa? Não se trata apenas de pessoas com o rosto coberto, mas
sim de uma organização que age bem longe das ruas, mas que possui garras
possantes capazes de atingir o coração da democracia brasileira.
Edison Borba
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