Ou melhor, eu e meu ego. Nós dois, face a face
Sou tal qual oceano ora bravo ora manso, adormecido
Quando me revolto, me volto, me vejo e revejo-me
Bebo do meu próprio veneno, e hoje vou enfrentar-me
Vou
julgar-me: culpado ou inocente?
Tenho
loucuras sonolentas, sinto-me infame e sedento
Quem sou eu?
Hoje, encontro uma explicação! Hoje me olharei frente à frente
Serei insano, doente ou apenas um estranho?
Perco-me em agonias pueris, sinto calafrios pelo corpo
Minha alma não sabe o que fazer comigo
Como oceano que sou, espero o vento pra me colocar em movimento
Quero chocar-me contra os rochedos, fazendo deles um doce brinquedo
Tudo só para
ver se me reconheço. Como sou? Quem sou?
Quero me
redimir, se pecados cometi. Quero fugir do fingir
Quero ser o
que mereço ser, não importa até se for loucuraSer aquilo que se odeia em outros
Quero deixar de ser personagem e ser verdadeiro como os oceanos
Imensos e imersos em solidão noturna
À espera que um dia a luz do sol chegue às suas profundezas
Quero
livrar-me do martírio que suporto por ter que conviver comigo
Hoje tudo
será resolvido! Me enfrentarei face a faceFrente a frente exposto a qualquer perigo
De me deparar com a minha estranha face
O que será
para mim o pior castigo!
Edison Borba
Nenhum comentário:
Postar um comentário