quinta-feira, 15 de novembro de 2012

EXTERMÍNIO / EDUCAÇÃO

Em São Paulo a caça aos policiais continua como uma prática diária. Apesar  dos desmentidos das autoridades, os agentes da lei estão sendo dizimados pelas balas de cruéis assassinos.
Sábado, 3 de novembro, uma policial morre assassinada a tiros na frente de sua filha de nove anos. E assim durante esses quinze dias do mês de novembro, a cena se repetiu acrescida de ônibus incendiado, e civis baleados.
Há um clima de insegurança na população. Boatos apontam para conhecidos grupos de criminosos que existem espalhados pelo país há muito tempo.
A História é testemunha da existência de bandos armados que ao longo do tempo apavorou cidades inteiras.
No nordeste ficaram famosos grupos cangaceiros que espalhavam terror entre as comunidades. Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, ficou conhecido como o “Rei do Cangaço”, apavorou cidades com seu grupo. Apesar das maldades praticadas pelos cangaceiros, com a evolução social, os grupos de extermínio que atuam nesse século, são extremamente cruéis.
O que também nos deixa apreensivos são as ações individuais. Todos os dias crimes e mais crimes são praticados por indivíduos isoladamente.
Esquartejamentos, sufocamentos, facadas estão se tornando ações comuns. O uso de armas de fogo já é moda há muito tempo.
Como numa epidemia, ondas de crimes acontecem numa comunidade e logo se repetem em outras. A ação de criminosos que abala São Paulo chegou até Santa Catarina. Como num processo infeccioso a criminalidade contagia e se espalha rapidamente.
Extermínio, essa é a palavra. Diariamente crimes e crimes, mortos e mortos, vítimas e vítimas se espalham indiscriminadamente, lembrando as guerras e revoluções. Essa situação coloca em luto toda a sociedade. Infelizmente, ainda estamos longe de encontrarmos uma solução.
Talvez, o processo educativo seja um dos melhores caminhos. Educação, saúde. Informação e cultura. Respeito e ética. São elementos que se desenvolvem lentamente entre os povos. E é preciso que tudo se inicie na infância. Lamentavelmente, educação ainda, não é prioridade para o Brasil.
Políticos e empresários além de outros grupos que ocupam as melhores classes sociais não conseguem perceber a importância da educação para o povo. Usam vendas nos olhos e fingem que nada acontece.
A  inovação, o empreendedorismo, a criatividade, a capacitação e a alta tecnologia são palavrórios extremamente usados na atual década, porém são observações supérfluas, palavras ao vento, discursos vazios. A educação como prioridade passa ao largo dos grupos mais necessitados. A ignorância e a barriga vazia são ótimos terrenos para a semente do mal germinar.
Continuamos com a cabeça enterrada na areia fingindo que tudo está indo muito bem. Fingimos que acreditamos. Outros fingem que acreditam que acreditamos. E assim tragicamente, dia-a-dia inovamos comportamentos sarcásticos que se aperfeiçoam numa criatividade arrepiante.
 Edison Borba

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