A
indústria do cinema há muito tempo, produz filmes sobre zumbis, mortos vivos,
vampiros e outras formas de seres. Algumas produções chegaram a grandes
bilheterias, outras atendem apenas aos fãs de histórias de terror.
Esse
tipo de filme além de lotar as salas, leva as plateias a grandes sustos.
Namorados espertos convidam suas amadas para
se deleitarem com essas películas. Suas frágeis
“donzelas” apavoradas com as cenas procuram nos braços do amor, segurança e aconchego.
Terminada
a sessão, as luzes do cinema se acendem e tudo volta à realidade, onde esses
seres não existem. É hora da pipoca, refrigerante e a volta tranquila para
casa. Os letreiros se apagam e apenas no próximo domingo os esquisitos seres do
outro mundo voltarão a viver, apenas nas telas, para a tranquilidade dos
espectadores.
Ledo
engano! Infelizmente esses “monstros” escaparam das telas e sob a ação de uma
substância poderosa, conhecida como crack, ganhou uma “espécie” de vida e agora habitam
as calçadas da cidade do Rio de Janeiro.
Não
precisamos mais buscar nas escuras salas dos cinemas, pagarmos ingresso para
termos contato com os mortos vivos ou zumbis. Um dos maiores cenários desse
triste espetáculo está montado na avenida Brasil. Diversos pontos de filmagens
estão lotados de atores e atrizes deste apavorante espetáculo. Homens, mulheres
(algumas grávidas), adolescentes e até crianças compõem o grande cast de uma
produção, que poderá ganhar o maior prêmio do cinema, o Oscar.
As
cenas são dantescas. Nem o produtor do Titanic, ousou filmar momentos de tanta
emoção. Os atores trabalham em grupos ou isoladamente. Alguns se deslocam de um lado para o outro
enlouquecidamente. Outros dormem nas calçadas, parte importante do cenário, que
é ornamentado pelo lixo. Garrafas,
papéis, panos, móveis velhos, latas e tudo que a sociedade rejeitou, é usado
para compor as cenas. E para aumentar a tensão, alguns atores se lançam entre
os automóveis, caminhões e ônibus que trafegam pela via e num malabarismo
incrível atravessam de um lado para outro, numa triste exibição de loucura.
A
cidade dos Zumbis está em exibição em diversas outras avenidas, ruas, bairros e
comunidades. O número de atores aumenta diariamente. Não há nenhuma exigência
quanto a sexo, idade ou posição social. Os produtores deste tipo de história
abrem espaço para os interessados, que após a primeira cena, são batizados como
viciados.
Em
virtude de reclamações de alguns segmentos sociais, a censura entrou em campo,
exigindo a retirada do espetáculo de cena. Usando de agentes especializados,
recolheu alguns atores e atrizes do palco. Existe a promessa de tirá-los do
amadorismo e interná-los em lugares que os transformarão em atores dignos para
outros papéis.
Lamentavelmente
essas tristes cenas acontecem diariamente. É lamentável sabermos que será muito
difícil interromper esse tipo de espetáculo. Enquanto uma indústria poderosa e
clandestina estiver bancando a produção do produto estimulador, mais e mais
atores dessa barbaridade chegarão aos sujos palcos da vida.
Enquanto
isso, alguns teóricos, analisam o que se deve fazer: Prender? Tratar? Internar?
Por vontade própria ou por repressão? Ninguém sabe com certeza o que fazer com
tantos atores e atrizes dessa triste comédia social.
Que
Deus OS e NOS proteja! Amém!
Edison
Borba
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