Durante
os grandes acontecimentos, a distribuição do povo, obedece ao critério do valor
cobrado pelo ingresso. Plateia, balcão, lateral, camarotes, galerias entre
outros espaços. Alguns observadores afirmam que a animação é inversamente proporcional
ao valor pago para assistir ao espetáculo. Quanto mais caro, menos animado, ou
menos participativo, ou menos alegre, ou menos integrado, ou menos sei lá o que.
Quase
sempre essa observação é verdadeira. A galera da galeria, geralmente, é a mais
animada. Cantam, dançam, fazem movimentos corporais, se integram e se entregam
ao espetáculo. Provavelmente, por não estar preocupada com os olhares dos
fotógrafos e colunistas ou provavelmente apenas porque foram realmente assistir
ao show, e não se apresentarem tirando proveito do espaço que o espetáculo
propicia.
Essa
situação pode ser observada durante o desfile das Escolas de Samba aqui no Rio
de Janeiro, ou em outros lugares onde acontece o carnaval.
O povão
das arquibancadas mais baratas faz um show. Canta e dança com as agremiações
carnavalescas. Não existe caras e bocas com sorrisos forçados, existe caras e bocas alegres e felizes com o
samba na ponta da língua e muita animação sem afetação. Quando os jornais
publicam alguma foto do povão, podemos constatar a alegria e felicidade por
estar ali naquele momento.
Porém,
quando fazemos uma leitura das fotos dos camarotes, podemos ler, com algumas
exceções, bocas forçadas, caras maquiadas, beijos fotográficos e muita vontade
de estar em outro local, mas o dever social tem que ser cumprido.
É um
bom divertimento olhar com calma e se possível com uma lupa, os sorrisos das
celebridades. Alguns são tão forçados que até se parecem com máscaras de alguma
fantasia. Os beijos são usados como chamariz para fotógrafos. Temos a impressão
que o casal combina e ficam atentos para a aproximação do profissional da imprensa,
para colarem as bocas.
Outro
capítulo são as roupas, escolhidas para
causar impacto. Curtas, decotadas, justas, com brilho e com tudo que possa
atrair as lentes das câmeras.
E o
ponto alto do espetáculo fica para as entrevistas. Essas são de matar de chorar
ou de rir. O que diz nas entrevistas feitas nos camarotes pode compor um
bestiário nacional.
É
carnaval e o que vale é a festa! Com máscara ou sem máscara são dias de alegria
e se possível de felicidade.
Vamos
cair no samba, no frevo, no maracatu, no afoxé e seguir pela avenida!
Edison Borba
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