Brasileira, nascida há mais de
cem anos, na pequena cidade de Trindade em Goiás, Geralda, cresceu nos campos, trabalhando
como agricultora. Tornou-se uma bela jovem e sua vida continuou nas paragens de Goiás. Sempre feliz
e pronta para trabalhar, plantou e colheu a riqueza do seu país. O
tempo passando e a jovem, transformando-se em mulher que mesmo com as mãos
calejadas, continuava as suas tarefas. Era uma linda sensação semear e ver a
germinação e o crescimento das plantas. Olhar os campos e ver tudo verdinho,
como cantou o poeta Milton Nascimento, era só felicidade. A época da colheita
trazia alegria para ela e todos os seus companheiros que através de trabalho
garantiam a riqueza das cidades “grandes”.
O tempo passando e Geralda
sonhando com um futuro promissor.
Apesar das dificuldades, ela
conseguiu ter uma pequena casa, onde passou grandes momentos de sua vida. Porém,
esta moradia, que foi seu lar por muitos anos, sofreu com o tempo e
envelhecida, teve que ser abandonada. Paredes rachadas ameaçavam a vida de sua
dona.
Como cidadã honesta e cumpridora
de seus deveres para com o seu país, ela contribuiu para o governo e na data
prevista aposentou-se com a simples importância de meio salário mínimo.
(Para que esta história não se
perca apenas em palavras, vamos imaginar o que é a metade de um salário, que já
é considerado mínimo).

Após 23 anos de espera, o
processo chegou ao final, e Dona Geralda, ganhou o direito de ter seu salário
revisado além de receber dez mil reais
correspondentes ao tempo em que esperou que o processo terminasse. A importância
ainda não foi entregue à Dona Geralda,
que, sonha em recuperar voltar a morar
na sua antiga casa.
Enquanto espera que a justiça se
faça e ela possa receber seus dez mil reais, ela revela com palavras simples o
seu grande sonho:
“Tenho um amor naquela casa. Pra mim não
existe outra casa. Quero morrer lá”.
Em homenagem a GERALDA BENEDITA MORAIS, ex-trabalhadora rural, 107 anos
de vida dedicada ao seu país – Brasil.
Edison Borba
Edison Borba
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