Há tempos que a televisão não exibia uma novela tão engraçada
como a Regra do Riso, isto é, A Regra do Jogo. Tenho me divertido pra valer com
a história, que deveria ser de suspense mas transformou-se num pastelão.
Tem mocinho bobinho, tem bandido doente, que também é
bonzinho, mas tem outros bandidos que são muito mas muitos maus, tem diversos
sequestros (parei de contar no terceiro), tem casamentos desfeitos e malfeitos,
lua de mel interrompida, família de desempregados na zona sul e muitos
trabalhadores na favela, que aliás é um luxo. O morro da Macaca tem um dos mais
altos IPTU da cidade.
A história transformou-se num caldeirão circense que ninguém
mais sabe quem é quem. Tem favela moderníssima, com excelentes hotéis e
restaurantes, tem barraco de luxo e tem barraco entre mulheres, e nesse quesito
feminino, tem uma coleção de tipos difíceis de contar: mãe maluca e possessiva,
as mandadas, as cozinheiras, as loucas, as traídas, as elegantes, as sofridas,
as fugitivas, as bandidas, as sequestradas. Tem mulher apanhando, bandido
apanhando e também batendo, fugas carro e de motocicleta, filho de bandido
chorando, pai bandido sofrendo, bandido se regenerando e se arrependendo de ter
se regenerado e voltando a ser bandido para voltar a se regenerar.
Tem prisão aberta onde todo mundo entra e sai a qualquer hora
do dia e da noite. Tem mansão, tem casa no subúrbio tem de tudo para fazer o
telespectador rir, mas rir muito.
Não quero criticar a novela nem os atores que estão desempenhando
seus papéis da melhor forma possível, conseguindo transformar em comédia o que
poderia ser uma tragédia.
Para quem está buscando divertimento, comédia circense, é só
ligar a televisão e assistir a Regra do Riso, isto é, do Jogo.
Edison Borba
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