Visto fantasias pra sobreviver
Sou arlequim apaixonado, sou palhaço, faço rir
Acrobata e malabarista, me equilibro na vida
Sou mágico: invento histórias
Sou artista: represento
A cada dia um papel, eu que apresentar
Danço na corda bamba, cuidando para não cair
No carnaval, eu SOU eu
Cara lavada e corpo levado pelo batuque
No balanço dos blocos, ninguém me perturba
Sou apenas mais um a dançar na avenida
Vou na roda do samba dolente
Não sou de ninguém, sou apenas gente
Minha cara não pintei, mas “pintei” pelas ruas
Minha roupa não troquei, mas ela já é fantasia
Foi o que sempre desejei, ser apenas um rosto
Sem ninguém perguntar. Sem ninguém estranhar
E quando um amigo me encontrar, exibindo a cara
Limpa, deslavada e sem pintura
Sendo apenas uma criatura
Um cidadão bem comum
No carnaval eu sou rei, sou capitão, sou artista
O mundo é meu ...
No carnaval, finalmente: EU sou EU!
Edison Borba
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