CAPÍTULO 01 – O que os professores repetem exaustivamente
para suas turmas?
Atenção para a chamada! Esse assunto vai cair na
prova! Abram seus livros na página cinco! Quem fez as tarefas de casa? Não vou
mais repetir! Eu avisei que era para trazer uma folha! Estudem! Prestem a
atenção! Essa é a última vez que eu aviso! Vamos sentar, por favor! Tragam o
material para a próxima aula! Desliguem os celulares! Parem de conversar e
copiem! Como eu estava explicando! Por favor, este assunto é importante para a
vida de vocês! Quem conseguiu resolver o exercício?
É um repete e repete. Mais uma vez. Outra vez.
Pacientemente. Não se trata apenas de repetir conteúdos, é preciso manter uma
relação humana ter calma, paciência e amor à profissão.
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CAPÍTULO 02 - Em
sala de aula, o que perguntam os alunos aos seus mestres?
Esse assunto vai cair na prova? É pra copiar?
Tinha que trazer o livro? Já fez a chamada? Por que você veio hoje? Era para
estudar essa matéria? Não ouvi você avisar? Esse assunto é difícil? Posso ir ao
banheiro? Pode repetir? A prova está fácil? Trouxe as notas? Não entendi, pode
explicar de novo?
Essas e outras perguntas são respondidas
diariamente, semanalmente e anualmente centenas de vezes, pacientemente,
exaustivamente, mesmo quando o trabalhador da educação está vivendo dias
difíceis em sua vida particular.
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CAPÍTULO 03 - Nos corredores das ESCOLAS é
possível ouvir dos estudantes algumas observações sobre seus professores, como:
O meu professor é: confuso, não explica bem! É
bonzinho! É ignorante! É antiquado! É compreensivo! Não sabe a matéria! É muito
legal! É amigo da turma! É esnobe! É
idiota, narigudo, mal vestido, besta, grita muito, estressado, boa gente e eu
me amarro nas aulas dele.
Ser professor é estar sendo analisado e
julgado constantemente!
CAPÍTULO 04 - O que é um professor?
Professor é educador? O professor deve confessar
sua religião para os alunos? E o seu partido político? Um professor pode ou
deve demonstrar preferências? Os professores são criaturas que devem ser
imitadas? Professores são modelos? Professor tem autoridade para intervir em
questões disciplinares graves? Como as leis atuam, quando um professor tenta
apartar uma briga de alunos? Como pensa um professor? O que é um mau professor?
Existem professores bons? Qual é o perfil deles? Professor tem que ser amigo?
Os alunos confiam nos professores? Professores podem usar gírias? As famílias
confiam nos professores dos seus filhos? Um professor deve manter a
neutralidade diante de um debate? Professor é sempre professor, dentro e fora
do local de trabalho? O que a sociedade espera deles? Magistério é uma boa
profissão? Nossos jovens querem seguir essa carreira? Professor pode perder o
controle? Professor deve se manter atualizado? Como equilibrar a vida
particular com a vida profissional? Como sendo apenas um pode atender à
diversos alunos de forma diferenciada?
É necessário refletirmos sobre estas
e muitas outras questões, antes de julgarmos os movimentos promovidos pelos
profissionais da educação. Quando esses trabalhadores saem às ruas. Mais do que
julgá-los, é preciso entendê-los!
CAPÍTULO 05 – Vale a pena ser professor!
Apesar de tudo isso, é maravilhoso ser professor.
Não se trata de sacerdócio, é profissão, é trabalho. Exige esforço, suor,
lágrimas, sorrisos, persistência, paciência e muita capacidade de compreender o
outro. É ser pai e mãe. Ter orelhas grandes e coração maior ainda. Boa garganta,
saber lidar com as mais variadas questões e ser juiz de pequenas causas. É
ouvir as mais diferentes histórias das vidas de seus alunos. Conselheiro.
Inspirar confiança. Ficar feliz com as férias e mais feliz com o retorno.
É ganhar salário pequeno, mas ser grande como cidadão. É olhar cada aluno
com esperança. Ser forte, mesmo quando está carente. Ficar emocionado com sua
turma. Viver diariamente, novas experiências e repetir o mesmo assunto como se
fosse pela primeira vez.
Saber que o seu valor é bem maior que seus
rendimentos e que a opressão exercida pelas autoridades e políticos é por medo
da força que os profissionais da educação exercem sobre o povo.
Se manter firme na luta de que vale a pena educar
para libertar. Nação cujos cidadãos conhecem seus direitos e deveres, ameaça os
maus governantes, e que a força está no processo educativo.
É ficar orgulhoso com o sucesso das suas turmas e
ter a certeza que, suas palavras jamais serão apagadas do coração dos seus
alunos.
Eu sou professor!
Edison Borba
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