Todas as espécies vivas
animais e vegetais possuem seus próprios potenciais, cujas bases estão “escritas”
em códigos genéticos. A espécie humana não foge à regra. Durante a fecundação,
nós os seres humanos recebemos 23 cromossomos de origem paterna e 23 de origem
materna. Quando esses cromossomos se encontram formando um conjunto de 46, os
genes contidos neles interagem (alelo com alelo), dando início ao nosso
desenvolvimento.
Todos os indivíduos de
uma determinada espécie recebem de seus ancestrais a mesma base bio/genética,
porém apesar de sermos bilhões de seres habitando o planeta terra, somos todos “especiais”,
ou seja, somos todos diferentes. A individualidade é uma admirável condição,
que garante a nós, sermos únicos.
A base genética humana permite
que as variáveis aconteçam dentro de limites físicos, fisiológicos e
psicológicos ou comportamentais. Não podemos esquecer que o meio, com todas as
suas ações, vai atuar sobre esses potenciais, colaborando ou não para o seu
desenvolvimento.
Independentemente das
questões relacionadas aos “distúrbios” que poderão ocorrer, os indivíduos
portadores, possuem seus potenciais que deverão ser respeitados e desenvolvidos
conforme as suas possibilidades. Portadores de deficiência visual, auditiva,
locomotora ou outra qualquer, tem o direito de receber estímulos para
desenvolverem seus potenciais. O mesmo acontecendo com os portadores de
síndromes como Down.
Entre todas as ações do
meio, a educação formal, isto é, a que é dada pelas Unidades de Ensino, através
da ação dos professores é de inestimável importância. Quando um professor está
diante de uma turma, ele tem a responsabilidade de trabalhar cada um dos alunos
diferenciadamente, apesar do conteúdo da aula ser o mesmo, a sua ação deverá
atingir cada estudante conforme as suas necessidades.
Portanto, diante dessa
questão, podemos afirmar que os professores são desafiados pela própria
natureza. Mas quanto a isso, os mestres são capazes de se multiplicarem. De ser
um e ser muitos, de atender às mais diversas perguntas e necessidades. Quem opta
pela profissão de ensinar, possui características “especiais”.
Porém, existem fatores
que atuam contra a capacidade de ação desses profissionais. As atitudes dos
políticos, ou melhor, da política educacional brasileira que constrói
obstáculos, cada vez mais altos para o trabalho dos educadores.
Quando os Profissionais
da Educação lutam por melhores condições de trabalho, a população muitas vezes
não percebe que uma sala de aula é uma oficina do saber e não uma oficina mecânica,
onde se consertam automóveis. Um professor molda seres humanos, futuros cidadãos,
seres que através de seus conhecimentos irão produzir para que esse país se
torne uma verdadeira nação democrática.
Talvez, aqui esteja o
nó da questão; se os professores ajudam no desenvolvimento dos potenciais
humanos, permitindo que crianças e jovens tornem-se adultos capazes de pensar
por seus próprios cérebros, eles (os professores) são uma ameaça para a
continuidade dessa política brasileira.
Calar, assustar,
ameaçar professores é uma forma de impedir que nossas crianças e jovens, em
todos os sentidos, incluindo aqui os portadores de necessidades especiais, se
desenvolvam de forma saudável e se tornem adultos “especiais” capazes de perceber que está na hora de mudar.
Edison Borba
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