Está
chegando ao fim, os horários e movimentos eleitorais do ano de 2014. Na próxima
semana, restará apenas nós! Nós o povo
eleitor trabalhador!
Aos
poucos esqueceremos as promessas, as brigas, os xingamentos, os abraços, as
faixas, os santinhos e os debates televisivos. Só restará apenas nós! O povo brasileiro!

Quando
novembro chegar, já teremos esquecido tudo que nos foi prometido, os apertos de
mão e os discursos inflamados. Só nós restaremos! Nós nas filas dos hospitais;
nós que vivemos apavorados com a violência; nós o pacato povo do Brasil!
Quando,
no dia 25 de dezembro, chegar o Natal, faremos nossas compras com o 13º
salário, usaremos cartões de crédito, faremos dívidas para não deixar de festejar
o nascimento de Jesus. Pagaremos mais caro, por tudo que comprarmos e então em
2015, nós pagaremos as contas e os pecados, fazendo horas extras no trabalho.
Nós, apenas nós!
No
dia da posse dos eleitos, eles estarão felizes com as suas faixas e
fotografias. Em suas contas bancárias haverá gordos salários, enquanto nós,
teremos usado o cheque especial, estaremos no vermelho e renovando empréstimos.
Nós, apenas nós, sozinhos teremos que enfrentar as feras a matá-las todos os
dias.
No
carnaval, quando os tamborins repicarem na avenida, nós nem lembraremos mais o
nome dos senadores e dos deputados, apenas saberemos que no palácio do Planalto
haverá alguém dançando e cantando, gozando de conforto, planejando viagens e
elaborando projetos para garantir-lhe uma aposentaria confortável para toda a
sua corte. Nós? Nós estaremos rebolando para sobreviver!
E
assim se passarão mais quatro anos. Nós continuaremos acreditando que dias
melhores virão, que as águas do rio São Francisco, já estarão correndo pelas
terras secas do nordeste, que choveu no sudeste e a crise da água terminou.
Nós, já teremos quitado dívidas antigas e provavelmente já fizemos outras. Os
preços provavelmente já subiram várias vezes e nós nem questionaremos mais, o
preço da carne e do tomate. Reduziremos a quantidade no prato e continuaremos a
viver, acreditando que algum dia, chegará o Salvador e nos resgatará. Enquanto
isto não acontece, nós viveremos a sós na luta pela sobrevivência, esperando
que um dia aconteça um milagre e que possamos sentir que chegou a nossa vez, a
vez do povão trabalhador, e como recém -
casados possamos dizer: enfim nós!
Edison
Borba
Nenhum comentário:
Postar um comentário