Palavra
de origem latina (família) significa pessoas
aparentadas que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente pai, mãe
e filhos. Pessoas do mesmo sangue
relacionadas por ascendência e descendência. É desta forma que família é
descrita pelos dicionários.
A
definição biológica segue as mesmas linhas do que está descrito nos “Aurélios”,
referindo-se às pessoas ligadas pela genética, incluindo aqui animais e vegetais.
Porém,
no atual século e caminhando na corda bamba do amor, família pode ser
considerada como pessoas que se juntam por afeto. Gente que se ama, respeita e
optam por estarem perto umas das outras. Entre elas, não deverá existir
preconceitos relacionados à idade, sexo, religião, condição social ou racial.
São grupos que privilegiam a harmonia e o amor, esta gente às vezes diferente,
formam as novas famílias.
Para
que seus componentes fiquem reunidos, não há necessidade de documentação
reconhecida em cartório, festas e rituais. A
liberdade de ir e vir é uma característica desta nova condição familiar.
Sem correntes e nem amarras, a “prisão”, se é que podemos assim falar, é
unicamente pelo afeto, amor, carinho e respeito.
O
mundo vive uma grande crise nas famílias tradicionais, provocada pela necessidade do ter, do
abastecer, do comprar que tem sido responsável pela solidão doméstica, pela
impaciência, e pelo desamor. Marido,
mulher e filhos isolados em seus núcleos domésticos, murmuram pequenas palavras
ao se esbarrarem nos corredores da casa,
que aos poucos deixa de ser um lar.
Muitos
desses “lugares - lares” estão repletos de aparelhos de última geração. São
casas tecnológicas, nas quais os objetos substituem pessoas tornando vazios os
contatos entre elas.
Chega-se
a construir, na mesma casa, ninhos separados por muros e a partir destas
divisórias, surgem observações, como: minha televisão, meu computador, meu
quarto, meu canto meu desencanto. Não existe mais acalanto e nem brincadeiras
coletivas, nem sentar à mesa e conversar pelo simples prazer da presença.
Prefere-se a companhia dos amigos virtuais!
Crise
de gerações? Crise de comunicações?
Na
realidade a crise é de educação de amor
e de carinho.

Educação
foi misturada num pacote chamado “presente” do “ausente”.
O
que passa de pai para filho, deixou de ser a ética, a moral, o respeito, o
amor, a afeição, as histórias, os sentares à mesa e partilhar o pão.
Todo
esse conjunto de fatores que a cada dia enfraquece mais as famílias
tradicionais, documentadas em cartórios e abençoadas pelas igrejas, fortalece
as outras formas de família, que apesar de não serem, muitas vezes reconhecidas
pela sociedade, está deixando evidente
que família não é o bem material: é amor
incondicional.
É
querer ficar junto “na rua, na fazenda
ou numa casinha de sapê. É curtir juntos os livros os discos e nada mais! É
plantar e colher com as mãos a pimenta e o sal!”
Diariamente
filhos e filhas se perdem no mundo das
drogas, das festas, dos objetos e da morte.
Diariamente
filhos e filhas são assassinados, e os pais choram suas dores. Choram as
consequências da morte que começou dentro da própria casa, no silêncio dos
quartos e das portas fechadas.
Diariamente cresce o número de casais que não se conhecem
e desconhecem os sentimentos de seus filhos.
Dar,
deixar, liberar, comprar, permitir são verbos conjugados nos lares modernos de todas
as classes sociais. Eles são
parceiros das drogas, brigas, abortos,
prisões e também da morte!
Família
tem que ser constituída basicamente por amor e respeito, sem isso não existe
nenhum documento passado em cartório capaz de manter essa instituição social.
Edison
Borba
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