Na
primavera, ela enfeitava o campo com suas flores e no outono, seus
frutos saciavam a fome dos viajantes que por ela passavam.
Os anos
escorriam pelos calendários e a bela árvore, que um dia tinha sido
apenas uma pequena semente, orgulhava-se de ser não a mais bonita,
ou a mais frondosa, mas aquela que servia para agasalhar com sua
sombra, alegrar com sua flores e matar a fome dos que usavam os
frutos.
A fama da
árvore espalhou-se por muitos lugares, provocando curiosidade entre
muitas pessoas que passavam pelo caminho onde ela morava, só para
comprovar aquilo que haviam ouvido sobre ela.
A bela
árvore, algumas vezes tinha receio de se tornar vaidosa, e lutava
para que este sentimento não tomasse conta de seu coração. Ela,
nessas horas de dúvida, procurava lembrar-se que um dia já tinha
sido apenas uma semente, uma simples sementinha, que teve a sorte de
encontrar um solo fértil, onde pode germinar, crescer e tornar-se
uma frondosa árvore.
O tempo
passando a árvore, sentindo-se feliz a cada dia, por tudo o que ela
podia oferecer àqueles que dela precisavam. Porém, numa agradável
tarde de outono, um viajante parou sob sua sombra para descansar de
sua longa jornada. Era um andarilho que já havia percorrido longas
estradas e trazia consigo uma história de tristezas e mágoas.
Talvez, por este motivo, apesar dele, o viajante, ter usufruindo da
tranquilidade e da sombra oferecidas pela elegante árvore, após
saborear de seus frutos, afastou-se do local e por algum motivo
difícil de entender, espalhou pelos ventos que os frutos que ele
havia saboreado eram azedos e que a sombra oferecida pela árvore,
não fora suficiente apara o agasalhar e proteger do intrépido sol.
Infelizmente,
a história do homem, espalhou-se como um rastilho de pólvora, sendo
aceita como verdade por muitas pessoas, incluindo aquelas que já
haviam provado dos benefícios da bondosa árvore.
Aos
poucos, a estrada onde a árvore vivia, foi abandonada e nenhum
viajante ousava aproximar-se dela, que magoada com tamanha
ingratidão, entristeceu, secou e morreu.
Está
história, leva-nos a uma reflexão sobre as reações humanas. À
vezes é mais fácil acreditar numa palavra do que nos atos. Tudo o
que a bela árvore produziu e doou para todos que dela precisaram,
foi esquecido apenas pela palavra de um viajante em cujo coração
não havia bondade.
Sejamos
pois, cautelosos, antes de tecermos nossos julgamentos!
Edison Borba
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