Diariamente
nos telejornais, nos noticiários radiofônicos e nos textos de
jornais encontramos esse tipo de observação: “a vítima não
resistiu e morreu”. Fica para o leitor e ouvinte a sensação de
que o ferido, propositalmente, não resistiu, e ao morrer prejudicou
o bandido. Não resistir é uma obrigação do “doente”, o
ferido tem a obrigação de lutar para se manter vivo, e não criar
mais problemas para os meliantes.
A
população recebe orientação para não resistir, quando for
abordada por um bandido. Deve-se ficar calmo e obedecer rigidamente
as ordens do assaltante, sem esboçar nenhuma resistência, para que
o assalto não transforme-se em latrocínio, e o cidadão além de
seus pertences, terá a sua vida também roubada.
Não
resistir, isto é, aceitar e se for ferido, não morrer, para não
complicar.
Infelizmente,
na Lagoa, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, um médico, mesmo não
esboçando nenhuma resistência, aos jovens assaltantes, teve a sua
bicicleta e também a sua vida, sonhos e história, roubados. Ele
também, não resistiu aos ferimentos e morreu. A sua morte está
causando uma grande complicação policial e judicial.
A
população não está resistindo mais a inversão de valores, onde
os cidadãos de bem devem aceitar a violência, sem resistir e se for
ferido deve resistir e não morrer.
As
entrevistas concedidas aos criminosos, é um deboche à sociedade.
A situação fica mais constrangedora, assistimos adolescentes se
deliciando com o que fizeram e gozando os seus quinze minutos de
fama.
Eles,
os jovens bandidos, também não resistem aos policiais, porque sabem
que não serão presos, portanto não há necessidade de resistir. Em
poucos dias eles voltarão às ruas e continuarão a agir e a
conjugar o verbo perder: perdeu … perdeu!
A
sociedade perde a liberdade e os cidadãos perdem a vida!
Não
resistir! Deixar acontecer! Não prejudicar os bandidos, morrendo de
propósito.
Assim é demais!
Edison
Borba
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