A
população do Rio de Janeiro, esta vivendo entre tapas e beijos,
isto é, entre facas e balas. A cada dia mais um cidadão trabalhador
é morto ou ferido por um objeto cortante ou por um projetil,
conhecido como bala.
Nem é
preciso sair de casa para ser atingido, ferido ou morto. Dentro do
quarto, na sala ou em qualquer outro ambiente do lar, pode-se receber
de “presente” um tiro. A tal de bala perdida, percorre espaços e
atinge rosto de menino ou pescoço de pai.
Quanto as
facas, surgem preferencialmente nas ruas ou nos meios de transporte,
como os ônibus, trens ou metro.
E assim,
caminhamos dia após dia pelos caminhos obscuros da cidade
maravilhosa. Estamos arrumando a casa para os Jogos Olímpicos. Novas
ruas, construções, remodelações, embelezamentos na parte física
do Rio de Janeiro, porém o coração da cidade, que bate nos peitos
de mulheres, homens e crianças, continuam abandonados.
Este
abandono é alvo fácil para facas e balas, que após sangrarem o
cidadão, o levará para outra situação séria e outro sangramento,
que acontecerá no mal atendimento dos hospitais públicos da cidade.
Infelizmente,
não há como esconder o lixo sob o tapete verde do estádio do
Maracanã, e nem tentar abafar os gritos de dor, com a algazarra das
torcidas, que ocupam esta imensa arena esportiva. O povo sério que
ajuda a manter a cidade, o estado e o país em funcionamento, está
assustado, com medo e indefeso diante de tanto descaso com a sua
segurança e saúde.
Facas ou
balas? Quem escolherá qual será a arma fatal que poderá nos
atingir é o meliante, bandido, assaltante, o dono da cidade, que
diariamente faz valer a sua força num enfrentamento ousado e
impiedoso contra a cidade.
Até
quando viveremos sob a sombra das armas que continuam a ocupar a
(ainda) Cidade Maravilhosa?
Edison Borba
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