Hoje acordei sem vontade de acordar! Nos jornais as notícias eram
de ontem que também já eram da semana passada. Liguei a televisão e pensei que
hoje era ontem, corri até o calendário e confirmei que o hoje era hoje.
Fiquei nervoso, pois não conseguia entender o que estava
acontecendo comigo. Tudo parecia ser igual, nada havia se movido de lugar e os
acontecimentos eram os mesmos, repetidos e repetidos, dezenas de vezes.
Corri para o chuveiro, e mesmo sob a ducha fria que caia
sobre a minha cabeça, nada mudava, a mesmice de sempre, os problemas de sempre,
as situações, essas, as mesmas de sempre.
Achei que algo de mágico havia acontecido e o tempo tinha
ficado estacionado, no mesmo ponto, com os ponteiros dos relógios marcando as
mesmas horas.
Ainda com o corpo molhado corri para a janela e a mesma
vizinha cumprimentou-me com o mesmo sorriso. Rapidamente fechei as cortinas e
escondi-me na penumbra do quarto. Esperei alguns minutos e tentei novamente
chegar até a janela, desta vez de um outro cômodo do apartamento, do qual eu
posso ver uma banca de jornal e até ler as manchetes.
Comecei a gritar!!! Em letras grandes dos noticiários, havia
um comunicado apavorante: ainda era o
ano de 2011, dia primeiro de janeiro, em letras garrafais um notícia terrível:
Hoje, dia primeiro de janeiro de 2011, começa um novo período da história política brasileira com a posse de Dilma Vana Rousseff, como presidente do Brasil.
Estou escrevendo esse texto do
quarto de um hospital, sob o efeito de sedativos!
Edison Borba
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