Houve
um tempo que as escolas e a sociedade preocupavam-se com datas cívicas, como
dia da descoberta e Independência do
Brasil, Tiradentes, assinatura da Lei Áurea entre outras. Atualmente, essas
datas apenas são lembradas quando o dia corresponde a um feriado, com o final
de semana “esticado”, nestes casos, comemora-se apenas o descanso, mas o
significado da data, somente os calendários é que assinalam, colocando o número
do dia em vermelho.
As
datas cívicas foram atingidas pelo
preconceito, caiu em desuso, não faz parte da grade curricular dos colégios,
não “cai” nas provas do ENEM e de nenhum vestibular. Aos poucos, perdemos referenciais,
importantes para a formação da
cidadania.
No
mês de novembro, dia 15, deveria ter sido lembrado, como a data da Proclamação
da República Brasileira. Apesar da política democrática do Brasil estar
adoentada, o dia existe em nossa História. Dezenove de novembro é dedicado à
Bandeira Nacional, um dos símbolos da Pátria, e que durante os jogos da Copa do
Mundo de Futebol, é vista pendurada nas fachadas dos prédios e janelas, além de
aparecer também enrolada nos corpos suados dos torcedores. Dia 20 em algumas
cidades e estados brasileiros, reverencia-se com feriado, o guerreiro Zumbi dos
Palmares, o patrono da Consciência Negra no Brasil. Algumas manifestações são
realizadas, para que a escravidão brasileira não seja esquecida e que as
atitudes preconceituosas existentes até os dias de hoje, sejam denunciadas e
punidas por severas Leis.

Lembrar
Zumbi, o guerreiro negro, é abrir espaço para se discutir e encontrar meios que consigam
minimizar a discriminação que teima em existir em nosso país. Ainda existem muitas
conquistas a serem feitas; ser negro brasileiro é não ter espaço em comerciais;
na arte teatral, seus personagens serão de subalternos ou bandidos; ter dificuldades nos restaurantes e lojas, viver
provando à polícia que ser negro não significa ser desocupado, traficante,
bandido ou ladrão.
A
discriminação racial no Brasil é uma ferida que não cicatriza, há sempre alguém
para fazer sangrar e manter a chaga aberta.
Muito
já avançamos, espaços foram abertos e
respeito conquistado, porém ainda há muito o que fazer. Os percentuais
continuam apontando para a situação de inferioridade do negro na sociedade
brasileira. A luta é árdua, contínua e diária e tem que acontecer em diversos
campos de batalha. A memória de Zumbi dos Palmares tem que continuar viva,
lembrando todos os dias, a todos os cidadãos brasileiros que o dia da
Consciência Negra, não é só uma data no calendário, mas uma força que mantém
acesa a chama da igualdade social.
Edison
Borba
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