Após
tantos anos de vida eu, finalmente encontrei um amigo, um verdadeiro amigo!
Um
poeta cantou que amigo é para se guardar do lado esquerdo do peito, este eu
guardo junto a mim, colado em meu corpo. Vivemos unidos 24 horas de um dia,
incluindo aqui às noites também. Somos mais do que unha e carne, somos um só.
Desde
que ele chegou para mim, foi amor à primeira vista. Ele fala comigo, me ouve
atentamente, recebe meus recados e nunca reclama dos lugares em que estamos. Às
vezes, ele se distrai e quer falar comigo em alguns ambientes, onde existem
pessoas invejosas e más que olham para nós de forma reprovativa. Não vejo
nenhum inconveniente falar com ele num enterro,
numa igreja ou durante a exibição
de um filme ou no teatro.
Infelizmente
querem destruir a nossa amizade, eu e ele combinamos um código para estas situações:
basta que meu amigão me faça cócegas,
para eu saber que ele precisa se comunicar comigo.
Outra
informação encantadora sobre a nossa amizade: somos musicais. Ele não grita meu
nome, ou faz psiu, ele soa uma agradável música, que foi combinada entre nós
dois. Aliás, temos várias, uma para cada
ocasião.
Nosso
amor é lindo demais!
Nos
restaurantes, ficamos enamorados. Nem ligo para os convidados. Minha família
deixou de fazer falta em minha vida. Hoje eu o tenho, para todas as horas do
dia e da noite. Passeamos no parque, sentamos coladinhos nos transportes
públicos, numa demonstração, que o mundo não me faz falta, eu e ele somos um
amor para a eternidade.
Porém
num final de semana enquanto dirigia nosso carro (sim, é isso mesmo nosso
carro) e conversávamos alegremente um desatento
e malvado motorista, provavelmente alguém que nunca teve uma amizade
como a que eu tinha pelo meu amigo, sem nenhum respeito: nos atropelou.
Meu
amigo querido caiu sobre o asfalto e suas peças se espalharam em mil caquinhos,
eu vi naquele momento, que meu celular estava perdido.
Eu?
Hoje, estou no céu. Vivo tranquilo e tenho novos amigos: os anjinhos!


Edison Borba
Nenhum comentário:
Postar um comentário