A escolha do nome, aquele que irá
nos acompanhar até após a morte, pois estará em nossa lápide, não depende de
nós. Infelizmente em muitos casos, a
escolha feita pelos pais, avós, tios, padrinhos e irmãos além de outros, que
gostam de “dar” palpites é de total mal gosto. Há casos que são a porta aberta
para que o bullying aconteça. Nomes que permitem rimas desagradáveis e gerando
situações de total vexame para quem o tem.
Como professor, tive a
oportunidade de ver nas pautas, nas relações dos nomes dos alunos, situações
que colocavam a criança, o jovem e até adultos em total vergonha quando seu
nome era pronunciado durante a chamada. Houve casos que, antes de iniciar a
primeira chamada do ano, ser solicitado pelo estudante que seu nome não fosse
lido. Alguns alunos apresentavam um apelido ou codinome para ser usado,
substituindo a loucura de seus pais.
Há casos de nomes tão complexos
que se tornaram famosos, passando a integrar lista de curiosidades, fazendo com
que o seu dono, ficasse marcado como um extra terrestre.
Aqui estão alguns casos curiosos:
Defuntina, Falidora, Letsgo, Miquetiçon, Seriaela, Sextavado, Tobiniana,
Fodelícia, Himeneu, Daxana entre outras “loucuras” que causaram sofrimento em
seus donos.
A responsabilidade na escolha da
identidade de um indivíduo é algo sério e que não pode ser usado para
satisfazer desejos, apostas, promessas, vaidades, loucuras e
irresponsabilidades.
Eu conheci famílias que optavam
pela quantidade de letras, como um casal em que seus quatro filhos, tinha treze
letras na formação de seus nomes. Outros fazendo opção, por uma letra inicial
ou um sílaba e temos os que por superstição enveredam por caminhos estranhos,
dando aos filhos nomes que jamais deveriam ser aceitos pelos cartórios.
Felizmente, apesar da burocracia,
que a ainda exige tempo e a boa vontade dos juízes que julgam a situação, já
existem possibilidades de haver oficialmente a troca do nome, como aconteceu
com algumas Raimundas, que hoje são felizes com as novas identidades de
Gabriela, Rai Maria e Rayanne.
Todas referem-se ao antigo nome
como sofrimento e tristeza, um problema que fizeram partes de suas vidas desde
a infância.
Portanto, as famílias devem
pensar com seriedade sobre suas escolhas. Decidir sobre a identidade de outra
pessoa é assunto complexo e que não pode ser tratado levianamente.
Nosso nome, nosso céu ou inferno
– uma escolha que não depende de nós!
NOTA: Para evitar futuros traumas aos bebês, por decisão da Justiça, oficiais de cartórios podem barrar o registro de nomes considerados constrangedores. A determinação quer evitar problema impostos a filhos por escolhas dos pais. Já era hora, não?
Edison Borba
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