Há tempos acompanho notícias
envolvendo universitários brasileiros. Como professor, que já militou no ensino
superior, não consigo entender as mudanças comportamentais que envolvem nossos
estudantes, os que conseguiram chegar a um nível educacional, reservado para
poucos brasileiros.
Brigas, tráfico de drogas,
consumo de entorpecentes, festas animalescas, desrespeito, assassinatos,
estupros e tantos outros fatos noticiados pela mídia. Todos os itens citados acima
já foram notícia. Alunas agredidas nos campus de universidades, já se tornou
banalidade como também publicação de nomes de alunos e suas “classificações
sexuais”. Trotes violentos, levando alunos calouros à morte. Brincadeiras
(??!!) que colocaram em risco a vida de pacientes numa faculdade de medicina.
Estas e muitas outras manchetes já venderam jornais e chocaram a população, mas
este tipo de atitude continua a acontecer, como se o fato de estar no ensino
superior, desse aos delinquentes imunidade parlamentar.
É historicamente sabido que a
vida universitária sempre gozou de ações, muitas vezes pouco convencionais.
Também o vanguardismo, as inovações e engajamento políticos fazem parte do
pensar e agir de universitários de todo mundo. A juventude brasileira dos anos
ditatoriais tiveram papel relevante no movimento de retorno à democracia,
deixando para a história do nosso país a importância da juventude “pensante”
que ajudou nas lutas pelos direitos da sociedade.
O tempo passou, a tecnologia
chegou e mudanças aconteceram: computadores no lugar das máquinas de escrever, técnicas
de pesquisa extremamente sofisticadas além de outras parafernálias que trouxeram
para o mundo acadêmico mais facilidade de aprofundamento no mundo científico.
Porém, o comportamento dessa juventude que no momento ocupa os bancos
universitários tem deixado muito a desejar.
Atualmente, ser universitário é experimentar
os mais variados tipos de drogas? Fazer sexo sem camisinha? Prostituir-se?
Frequentar festas e ficar embriago pegar o carro e descumprir as leis? É usar a
sua condição de estudante acadêmico para assassinar calouros? O que é ser
universitário neste século? O filme “Tropa de elite” apresentou chocantes
cenas do comportamento de alguns universitários (a quantidade de alguns, daquela época, aumentou significativamente).
Às vésperas da realização das
provas do ENEM, fico a pensar nos milhares de jovens que estarão ingressando no
sonhado mundo universitário. Famílias reunidas em torno de seus filhos e filhas
que caminharão na busca do tão sonhado “canudo”.
O que acontecerá com os que forem
aprovados e matriculados? Sobreviverão a violência dos trotes? Que família será
premiada com a morte de seu filho, cujo corpo poderá ser encontrado boiando em
alguma piscina? E as filhas, resistirão aos apelos sexuais? E as drogas? Quantos
conseguirão conseguir seus diplomas mentalmente sadios?
O que está acontecendo com as
nossas universidades?
Para os que afirmarem que os
casos publicados em jornais são isolados, lamento ... mas são tantos casos
isolados que deixam de ser “isolados” para representarem o perfil de um grupo.
Vale uma reflexão, neste mês de
outubro em que se comemora o dia das crianças e dos professores.
Edison Borba
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