O
tempo passou novas práticas pedagógicas surgiram, tecnologias foram criadas;
aparelhos sofisticaram as salas de aula, mas o processo de conquista e
“enamoramento” pela saber ainda não atingiu plenamente a sua função. É muito
raro encontrar escolas, que conseguem cativar seus alunos. Não me refiro, ao
uso de computadores ou de instrumentos similares, mas o prazer pelo adquirir
conhecimento.
Acredito
que está acontecendo uma confusão entre gostar de “mexer” nos “aparelhos” e
gostar de aprender usando os tais “aparelhos”.
Algumas
vezes sinto-me constrangido quando ouço adultos se referirem às suas crianças e
jovens como azes do teclado, sem terem noção do que está sendo produzido pelos
“dedinhos” ou com quem e que tipo de informações estão sendo trocadas.
É
constrangedor!
Ficar
horas diante de um computador teclando e conectando não torna ninguém crítico e
capaz de desenvolver conceitos claros sobre cidadania. Ter vontade de saber
pelo prazer de aprender é algo que não tenho percebido, quando estou diante de
estudantes que manipulam seus celulares avidamente.
Nossas
crianças e jovens são seduzidas pelo lúdico das salas de bate papo, face books
e outros “virtuais” mas não são levadas a tirar proveito dessa parafernália, no
sentido de sua formação pessoal. Um número bastante reduzido, consegue esta
façanha, usar a tecnologia para o seu proveito; os que o fazem, geralmente
possuem um lastro cultural familiar oferecendo suporte e orientação.
As
famílias e as escolas quando perguntam: “o que você vai ser quando crescer?”
esquecem daquilo que a criança já é, e, o que está sendo oferecido a ela para
ser.
Continuamos
convivendo com problemas de aprendizagem, disciplina, aproveitamento,
discriminação e relacionamentos, misturados aos celulares, computadores e
outras “modernidades” que para a maioria da população acrescenta muito pouco
benefício para os nossos futuros cidadãos e cidadãs.
Lembrando a raposa do
Pequeno Príncipe – “tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas”,
precisamos urgentemente cativar nossas crianças e jovens, antes que outros
indivíduos o façam. “ELES” sem nenhum escrúpulo são capazes de seduzi-las e
conquistá-las através de técnicas pouco pedagógicas e nada ortodoxas para
caminhos extremamente nocivos e sem perguntar, “o que você vai ser quando
crescer”.
Edison Borba
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