Ninguém pode imaginar que no sexto andar, no quarto 617, da
Casa de Saúde São José, no bairro do Humaitá, no Rio de Janeiro, uma linda
história de amor está acontecendo.
Creio que nem Janete Clair, Dias Gomes, Ivani Ribeiro e até
Shakespearae entre outros escritores que souberam contar lindas histórias de
amor, poderiam imaginar que na vida real, no século XXI, época do concreto e de
pouco afeto, uma história tão linda pudesse acontecer.
Vestida com blusa de seda amarela, sapatinhos de salto, meias
escuras, cabelo bem arrumado, suavemente perfumada encontramos Nair, a heroína
desta fábula.
No leito, Antônio (o querido Tuneca) o príncipe encantado, as
vezes dorme, outras vezes balbucia algumas palavras, mas a cada instante chama
pelo nome de sua amada.
Nair, Nair minha Nair! Ela prontamente o socorre! Água,
papinha, mingau, leite e tudo que ele solicitar ela prontamente o atende.
Pomada para os lábios, creme para a pele que já mostra os efeitos do longo
período no leito e outros mimos que ele pede.
Quando nada é solicitado, Nair faz afagos na cabeça de seu
companheiro, beija seu rosto, acaricia suas mãos e sonha com ele ao seu lado,
voltando para seu lar. O seu príncipe, o cavaleiro corajoso que já foi até a
guerra, com os olhos cerrados retribui com pequenas gostas de lágrima que
deslizam em seu rosto.
Nestes longos dias, eu acompanho esta lenda, fábula ou será
história, não importa qual classificação literária, o que vejo é a demonstração
de amor.
Antônio e Nair, unidos pelas leis e bênçãos religiosas, vivem
há mais de setenta anos uma história, uma linda história de amor!
Seus filhos Antônio Carlos e Luiz Carlos as netas Patrícia e
Priscila e as bisnetas Amanda e Letícia agradecem a Deus por serem parte desta
linda história.
Edison Borba
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