Doces criaturas! Sempre prontas a acolher seus netos e
filhos. Nunca, mas nunca mesmo, ouvi um grito, uma reprimenda ou mau humor
destas senhorinhas. Apaziguadoras e ternas mas não eram “melosas”. Carinhosas
na medida certa. As duas sempre vestidas com roupas escuras, cabelos enrolados
em coque e aventais de florezinhas.
Mãos que afagavam os cabelos dos netos, um por um. Cada um na
sua vez!
Da vó portuguesa ainda lembro algumas palavras da sua aldeia:
gadelha (cabelo), rapariga (mulher), bisqueleta (bicicleta) e outras que se
perderam em minha memória.
Com a vó brasileira, aprendi a contar histórias. Ela sabia
muitas, mas a que eu gostava mais era a do “porco pelado”. Também foram dos
seus lábios que ouvi alguns capítulos da História do Brasil.
O tempo passou e elas agora estão novamente com os seus
companheiros: Deolinda com o João e a Emerenciana com o Francisco.
Provavelmente todos neste momento estão sentados ao lado de
Santa Ana e São Joaquim observando seus netos aqui na Terra. Meus avós, os
quatro, estão conduzindo meus dedos no computador para que essa mensagem chegue
a todos os netos da nossa família e também a todos os que são netos e avós em
todo o mundo.
Benção meus avôs! Benção minhas avós!
Edison Borba
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