-(por) Edison Borba
Morre-se em vida com medo da morte
Morre-se
por desgosto de não ter mais gosto
Morre-se
de melancolia entre suspiros e desalentos
Quando se
morre os rios secam e os pássaros emudecem
As flores
murcham e o sol se apaga
Os
ideais e as ideias se esvaem
As
lágrimas secam e os encantos se perdem
Quando se
morre há um infinito esquecimento
Um
doloroso apagar das mentes dos amigos e dos amores
Morre-se
de desencanto por não sentir mais encantos
Nos
cantares deste mundo
Morre-se
de cansaço de amargura e desventura
Morre-se
quando não há mais ternura
Morre-se
de tédio, por não encontrar mais remédio
Para
combater solidão
Morre-se
todos os dias, todas as noites quando se espera
Morre-se
pouco a pouco de saudade
Morre-se
nas partidas e nos sonhos que não foram repartidos
Morre-se
para desperdiçar a vida
Vagarosamente
como o sol poente
Que se
vai afogar nas águas profundas dos oceanos
Assim
também morremos, descansamos, esquecemos
Mergulhando
a cada dia no mais profundo prazer que é viver!
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