Local:
cidade do Rio de Janeiro
Caso:
tentativa de assalto
Envolvidos:
três cidadãos do sexo masculino
Meliantes:
dois homens
Vítima:
policial militar (à paisana)
Ocorrência:
dois bandidos tentaram roubar a moto de um cidadão. Ao perceberem de que se
tratava de um policial, tentaram matá-lo. A vítima reagiu matando um dos
meliantes. O segundo fugiu do local da ocorrência. A vítima com ferimentos no
pé foi levada ao hospital.
Comentário: Seria
mais uma ocorrência entre muitas
que acontecem diariamente em diversos lugares, não fosse o aparecimento no
local do fato de um homem usando uma camisa vermelha.
Cabeça
grisalha, olhar triste, andar firme, o homem de camisa vermelha, dirigiu-se aos
policiais que estavam no local, cumprimentando cada um deles, com aperto de mão e um leve toque no ombro. Após esse
ritual, colocou-se à distância. Parado,
olhava para o local onde o corpo do bandido estava coberto por um plástico
preto.
Esse
cidadão, de aparência austera e demonstrando por suas atitudes ser trabalhador sério
e ético, era o pai do assaltante morto.
Comovente
a imagem do homem de camisa vermelha. A tristeza em seu rosto demonstrava o seu
constrangimento diante da cena. O ato de cumprimentar os policiais foi uma
atitude de desculpas pela ação de seu filho.
O
que estaria passando pela cabeça grisalha do homem de camisa vermelha? Quais questionamentos
ele estaria se fazendo? Que lembranças vieram à sua mente? O nascimento daquele
filho, sua infância e adolescência. As brincadeiras e o relacionamento. Em que
momento houve falhas?
Em
silêncio, o homem de camisa vermelha acompanhou todo o ritual de retirada do
corpo do filho do local, seguindo solitário e triste seu caminho, deixando uma
lição para quem assistiu a cena pelo telejornal dessa manhã do dia 9 de janeiro
de um quente verão carioca.
Lição?
Cada um que tire as suas próprias conclusões, refletindo sobre a atitude do
homem de camisa vermelha.
Edison
Borba
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