Há
mais de noventa dias que a comunidade do Complexo do Alemão está em
guerra. Civis e militares tombaram feridos e mortos. Hoje uma bala
perdida “achou” um menino ferindo-o mortalmente.
Eduardo
de Jesus Ferreira de dez anos, é a quarta vítima, da guerra entre o
tráfico e a polícia. Antes dele, no dia primeiro de abril,
Elizabeth Alves de 41 anos morreu atingida por bala perdida. Ela e
sua filha que ficou ferida , estavam dentro de casa, supostamente
protegidas dos tiros que aconteciam do lado de fora.
Rio
de Janeiro, a maravilhosa cidade, reconhecida em todo mundo por suas
belezas naturais e a suposta alegria de seu povo, está em guerra faz
muito tempo.
As
diversas comunidades que receberam as Unidades de Polícia
Pacificadora (UPP), estão sendo o palco de violentos conflitos, que
dificilmente irão terminar. Os donos do tráfico, possuem um
exército disposto a matar ou morrer. O nível de armamentos deles é
superior ao dos policiais, que estão ameaçados e portanto cometendo
erros durante os confrontos. O que falta entre os soldados do
tráfico é organização e união. O dia que eles conseguirem se
unir e tiverem um líder, nós estaremos correndo um grave risco de
vermos a nossa cidade ser totalmente dominada pelo tráfico.
A
mercadoria comercializada pelo traficante, tem freguesia certa, em
toda as classes sociais. Portanto, os donos do mercado sobrevive das
festas universitárias, dos encontros sociais, dos diversos tipos de
shows, dos festejos carnavalescos, dos bailes públicos além de
outros tipos de encontros sociais. A droga é democrática, ela está
no morro, nas comunidades carentes, nos palácios, nas luxuosas
coberturas dos bairros nobres da cidade, nas escolas públicas, nas
universidades, nas câmaras de deputados e senadores, nas emissoras
de televisão entre outros locais famosos e de famosos.
Onde
houver dinheiro, e alguém disposto a pagar pela viagem a droga
chega, entra e se estabelece.
O
grande problema, que infelizmente não há como controlar, é o
consumidor. A maioria, não está nas ruas e becos morrendo através
do crack, eles transitam livremente pelas salas de aula, salões de
beleza, passarelas, auditórios, palcos, púlpitos, palanques, mesas
de luxuosos bares e reuniões elegantes.
Infelizmente,
não há como expurgar a droga da sociedade. Ela se infiltrou nos
lares e faz parte do convívio social e familiar.
As
polícias, mesmo cometendo erros, fazem um bom papel caçando os
traficantes miúdos e às vezes prendendo algum “chefão”, que é
imediatamente substituído, e portanto o equilíbrio das quadrilhas é
sempre mantido.
Não
há como acabar esta guerra! Apenas iremos aparando as arestas e
tentando educar os mais jovens para que eles consigam entender que a
droga não leva ninguém ao sucesso, mesmo quando alguém de suposto
sucesso, a utiliza. Que a droga não confere diploma a ninguém,
mesmo vendo as universidades formar viciados.
Educação,
amor, união familiar e respeito são alguns antídotos contra a
praga do século XXI. Enquanto isso, nas comunidades mais balas
perdidas continuarão a encontrar suas vítimas.
Edison
Borba
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