Em tudo que
é fato novo e, em tudo que é moderno
Ela tem
vários celulares, face book e até um blog
É moderna
até demais para seus quase cem anos
Porém, ela
não abre mão, daquilo que aprendeu
Em sua
educação, ela não admite e nem aceita
Palavras de
baixo calão, o conhecido palavrão
Esta foi uma
das causas de afastar crianças da sala
Na hora dos
noticiários elas ficam à portas trancadas
Vovó de
bengala armada, impede que qualquer netinho
Menor de
dezoito aninhos assista depoimento
De
políticos, qualquer um, de alto ou baixo escalão
Quando os
parlamentares, em suas nobres declarações
Deixam
escapar, uma enxurrada de horríveis palavrões
Minha casa
parece um quartel
Ninguém ousa
desobedecer a vovó, que parece um coronel
Apesar dos
exageros da minha querida avozinha
Eu também
fico chocado quando um “nobre”
Perde a
linha, a agulha e o carretel
Imaginem se
a nossa querida Princesa Isabel
Que assinou
importante Lei, chegasse ao seu palácio
E de caneta
na mão, antes do nobre ato, liberasse um palavrão
E o Duque de
Caxias, famoso por sua coragem
Nas lutas
empunhando espada, sobre seu cavalo alazão
Gritasse bem
alto para tropa um estrondoso palavrão
E o querido
e nobre Tiradentes, grande mártir
Que sua vida
cedeu pela nossa Pátria, o Brasil,
Na hora do
julgamento em frente ao parlamento
E com todo o
sofrimento, sofrido em sua prisão
Em altos
brados gritasse um sonoro palavrão
Poderíamos
buscar na nossa história querida
Diversos
homens e mulheres dignos de nossa atenção
Gente garbosa
e forte, gente do sul e do norte
Do nordeste,
centro oeste e também do meu sudeste
Gente que
orgulha o Brasil, esta tão nobre Nação
Gente que
defendeu o povo, a Pátria, sem gritar um palavrão!
Obrigado
vovó por sua grande lição!
Abençoe seu
querido neto, que não quer ter desafeto
Apenas como
poeta espera que sua Pátria
Um dia volte
a sorrir, que não haja palavrão
E
principalmente a tal da corrupção.
Edison Borba
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