Minha mãe
cantando, durante os domésticos afazeres
No tanque ou
no fogão, havia sempre uma canção
Para as
horas de tristeza era Dalva de Oliveira
Com suas
letras chorosas, que faziam de minha mãe
Uma
intérprete maravilhosa!
Também
cantava Ângela, com direito aos agudos
Com lágrimas
rolando em seu rostoCantava “Ave Maria”!
De Noel, “Os
três Apitos”, que conta a história
Do boêmio e
da operária, que se cruzavam na esquinaEla, sem meias, indo para o trabalho e ele voltando da farra
Ela, uma operária. Ele, uma ave gregária.
De Elizete, eram
os clássicos, de letras longas e lindas,
Como aquele
que dizia, que havia um chão de estrelasO barracão de zinco, no morro do Salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Quando o
carnaval chegava era Emilinha quem brilhava
“Se a canoa
não virar” e a “Chiquita bacana”Alegravam nossa casa, que ficava repleta de amor
Com os lindos cantares minha mãe
Mulher forte e guerreira alegrava a todos
Exemplo de brasileira, que amava esta nação
Com ela aprendi,
o prazer de cantar
Ter alegria
na vida, sonhar e acreditar Não perder a esperança e ser sempre feliz
E foi com ela também, que aprendi nosso Hino
Em casa devagarinho, me ensinando aos pouquinhos
Verso a verso com amor,
Ela dizia:
cante forte com fervor,
Erga a
cabeça, tenha orgulho, deste nosso chãoVamos saldar nossa Pátria, nossa Terra nosso Lar
Nossa querida Nação, que sempre devemos amar!
Obrigado, mãe!
Edison Borba
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