Hoje,
17 de abril, mais um acidente envolvendo o transporte mais usado na cidade do
Rio de Janeiro, o ônibus. Desta vez, o fato aconteceu na zona sul da cidade, no
bairro de Ipanema. O resultado é sempre o mesmo: pessoas feridas, sangue,
choro, prejuízos materiais e humanos. Estamos vivendo em tempos que entrar num
transporte coletivo é muito mais perigoso do que passear na faixa de Gaza.
Quando
não acontecem acidentes, como quedas de viadutos, os passageiros estão sujeitos
aos assaltos. É sempre uma loteria, em que o prêmio maior pode ser a morte, como aconteceu na
avenida Brasil e também no dia dez de abril, nas proximidades do bairro da
Piedade.
Quais
motivos poderiam ser apontados para tantos acidentes em tão pouco tempo?
Algumas
observações podem ser enumeradas, como:
>empresários
gananciosos, que não investem adequadamente na segurança dos veículos, que em
grande parte encontra-se em condições precárias. Pneus gastos, freios
falhando e desconforto interno para os
passageiros.
>
fome financeira que obriga os profissionais (motoristas) a trabalharem mais
horas do que o permitido por lei. Logo, motoristas cansados e estressados,
conduzindo veículos lotados de passageiros.
>voltamos
à ganância empresarial para novamente apontar a exigência de horário, fazendo com
que haja um excesso de velocidade, para o cumprimento das horas exigidas pela
empresa dona da frota dos coletivos.
>essa
conhecida ganância, está eliminando os
profissionais que fazem a cobrança da passagem, os conhecidos cobradores,
obrigando os motoristas a exercerem dupla função, fazer o troco e dirigir
dentro do tempo estabelecido pela famosa GANÂNCIA empresarial.
Quando
a imprensa denuncia que um ônibus acumula
uma grande quantidade de multas por excesso de velocidade, falta completar a
notícia, com o motivo da velocidade excessiva.
O
que leva os motoristas a correrem tanto?
Não
estou querendo isentar um grupo de total culpa e condenar o outro grupo
colocando vilões e anjos em lados opostos da situação. Porém, quando um
acidente acontece, não ficamos informados sobre o nome real da empresa, dos
empresários, do tipo de contrato que existe entre o município e estado para a exploração de uma atividade
altamente lucrativa.
Geralmente
a imprensa foca a notícia nos motoristas. As causas maiores que envolvem milhões
de reais ficam ocultas. Não tive a oportunidade de ler em jornais e revistas ou
ouvir nas entrevistas radiofônicas e televisivas, a presença dos ricos donos de
empresas de coletivos.
Por
que na oração existe sempre um sujeito oculto?
Vamos
pedir ajuda aos entendidos em Língua Portuguesa ou aos Delegados?
Enquanto
a resposta não acontece, ficamos rezando para não sermos a próxima vítima.
Edison
Borba – usuário dos ônibus da cidade do Rio de Janeiro.
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