Uma
mulher, do estado de São Paulo, ao ser entrevistada, por jornalista de uma
famosa emissora de televisão, fez o seguinte comentário após a morte de quatro
jovens, na madrugada paulistana: “vai faltar cemitério para enterrar os nossos
jovens”.
Na
mesma madrugada, no Rio de Janeiro, dois policiais militares foram assassinados.
Não temos notícias do que ocorreu nessa mesma data nos demais estados do país.
Ficar
enumerando esses acontecimentos é apenas contabilizar matematicamente o número
de corpos que chegam aos necrotérios brasileiros. O importante é buscar as
causas que levam a tanta violência.
Não
há necessidade de ficarmos elaborando grandes teses, sabemos que educação
familiar e educação escolar, são os dois grandes focos do incêndio.
Em
relação às famílias, destacam-se problemas envolvendo trabalho, moradia e pão. Esses três fatores,
quando estão em baixa na sociedade, a bolsa dos valores humanos entra em queda.
Um
país como o Brasil, de dimensões continentais, administrado por uma grande
maioria de políticos e empresários, que olham apenas para os seus bolsos e
bolsas, pouco sobra para as sacolas familiares.
Onde
falta o pão, falta educação. Onde falta educação, aumenta a violência em todos
os sentidos. Não só a violência que produz a morte, mas a violência que gera a miséria comportamental, que se traduz nos mais
diferenciados tipos de crimes.
Ainda
vivemos uma triste realidade social, apesar dos pequenos avanços ainda existe muito
a realizar, construir, investir e modificar.
Infelizmente,
grande parte do problema, é produto da corrupção que acontece nas administrações municipais, estaduais, senado, câmaras de vereadores e deputados, que se reflete no governo federal. São tantas
as negociações, negociatas, troca de favores entre partidos, que sobra pouca
energia para atender adequadamente a população.
Vivemos
um Brasil de contradições, numa ponta uma sociedade bem alimentada e bem
assessorada. Na outra ponta, os que dependem das bolsas sociais. No meio dessa
história, um grande número de famílias de trabalhadores, penduradas na corda
bamba, lutando diariamente para manter o equilíbrio doméstico.
A
violência é o resultado dessa gigantesca contradição social, na qual vivemos
dia após dia, lutando contra situações, que poderiam ser minoradas, não fosse a
grande farra que se faz com o dinheiro público.
Dessa
forma, vamos contabilizando corpos, mortos e mortes, e como disse a senhora
entrevistada, “vai faltar cemitério” para enterramos tantos brasileiros.
Edison
Borba
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