Os
anos cinquenta foram ricos em marchinhas, que se forem cantadas agora em 2015,
estarão falando da realidade atual. Marlene e Emilinha foram as que mais
gravaram este tipo de música, isto é, as que tinham letras que “cantavam”
questões sociais.
Lata
d’água na Cabeça, Tomara que Chova e Choveu Choveu, nunca foram tão atuais.
Araci
Costa, foi uma famosa cantora das rádios, que também nos anos cinquenta gravou
para o carnaval um interessante música, chamada “Favela Amarela”. A letra
retratava a ideia de um político, que
sugeriu, quer os barracos das favelas fossem pintados de amarelo. Vejam os
versos: “Favela Amarela / Ironia da vida / Pintem a Favela / Façam aquarela /
Da miséria colorida”. Este tipo de “ideia” maluca, ainda é comum na cabeça dos
nossos políticos.
Os
anos passaram e os problemas sociais, continuam quase os mesmos, portanto neste
carnaval de 2015, vamos cantar:
“Tomara que chova / Três dias sem parar / A
minha grande mágoa /É lá em casa não ter água / E eu preciso me lavar / De
promessa eu ando cheia / Quando conto a minha vida ninguém quer acreditar /
Trabalho não me cansa / O que me cansa é pensar / Que lá em casa não tem água
nem pra cozinhar”
Ou se preferirmos podemos optar, por
sair num bloco, cantando:
“Rio de Janeiro
Cidade que nos seduz
De dia falta água
De noite falta luz”
O que foi cantado em carnavais da vovó poderá
continuar a fazer a festa dos blocos e salões deste carnaval.
A Escassez de água, os cortes no abastecimento de
energia elétrica, os problemas sociais tudo igual. Apenas o sapato do pobre
atual, deixou de ser tamanco para ser sandália ou tênis “genérico” comprado no camelódromo.
O negócio e esquecer as amarguras da vida e deixar
as águas rolarem enquanto sassaricamos na porta da Colombo.
Edison Borba
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