Neyde
Borba, minha irmã, formou-se pelo Instituto de Educação do Rio de Janeiro, como
professora para o Ensino Infantil, porém sua especialidade sempre foi
alfabetizar. Atualmente, aposentada, ela se mantém atualizada e entusiasmada
com o ato da alfabetização.
Foi
conversando com ela, que extrai lindos pensamentos sobre o ato de envolver uma
criança no mundo das letras, sílabas e palavras. Como caminhar lado a lado com
o aluno, orientando-o na grande descoberta da leitura.
Segundo
ela, para levar as crianças ao
conhecimento de cada “letrinha” que irá acompanhá-la por toda a sua vida,
requer tranquilidade, dedicação, paciência e amor.
Foi
com extrema doçura, que Neyde contou-me como era segurar na mão dos alunos e
junto com eles desenhar as letras fazendo um grande bailado, do a até o z. Cada
letra tem seu formato, sua própria sinuosidade e características. Segundo ela é
preciso mergulhar no universo infantil para levar a criança à sentir cada letra
através do movimento das mãos, dos dedos e do corpo.
Para
esta alfabetizadora, a criança precisa sentir, isto é, usar os sentidos durante
o processo de alfabetização. O tato, o olfato, a visão, a audição e até o
paladar devem ser estimulados durante as aulas. Letrinhas pequenas e letras
grandes desenhadas, pintadas, esculpidas com massa e miolo de pão. Letrinhas de
macarrão que podem ser degustadas. Letras que dançam e se encontram formando
filas e ganhando sentido ao se transformarem em palavras.
Alfabetizar
uma criança é criar para ela um mundo de oportunidades que irão surgir a partir
da estimulação do sistema nervoso através de atividades psicomotoras.
Apesar
do avanço tecnológico e da modernidade das máquinas, para alfabetizar é preciso
contato humano. Nenhum computador conseguirá transmitir a sensação que a
construção de uma letra propicia à criança.
Senhores
pais e responsáveis! Senhores professores! Toda criança tem o direito de ser
conduzida ao misterioso mundo das letras, através de mãos amigas e sábias das
alfabetizadoras!
Edison
Borba
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