Interessante
acompanhar o estardalhaço do filme “Cinquenta Tons de Cinza” em pleno século XXI, ano de 2015. Faz
lembrar 1972, o “Último Tango em Paris”,
quando Marlon Brando e Maria Schneider causaram impacto com a cena da manteiga
usada numa relação sexual, ou então 1986 o aclamado “Nove Semanas e Meia de
Amor”, quando o casal busca satisfações das formas mais bizarras, incluindo a
cena do gelo pingando sobre os seios da personagem.
E
não podemos deixar de lembrar outros filmes que causaram polêmica, ao levarem
para as telonas dos cinemas sexo e arte, numa discussão que coloca contra a
parede os filmes pornôs, considerados obras sem valor artístico.
Após
Marlon Brando, Maria Schneider e a manteiga, terem deixado
os cinéfilos impressionados com a
relação sadomasoquista, entre um homem quarentão e uma jovem de 19 anos, em o
Ultimo Tango em Paris, o mundo voltou a ficar de olhos grudados nas telonas dos
cinemas que exibiram o famoso Nove Semanas e Meia de Amor. Era o ano de 1986,
entre o “tango” e as “nove semanas”, o japonês Império dos Sentidos já havia abalado
às estruturas psico sociais da plateia. O mundo também analisou e discutiu o
inusitado Calígula, no qual atores considerados de alto nível, como John Gielgud, Peter O'Toole, Malcolm McDowell, Helen Mirren aparecem em cenas de sexo explícito, colocando em
discussão a questão da arte nos enredos onde o sexo é o grande eixo da
história.
Maria Schneider, acabou no
sofá dos analistas e depois buscando consolo nas drogas, culpando a personagem
que ela protagonizou no filme com o galã Marlon Brando.
Os tempos mudaram e as atrizes
e atores também, o que não se altera é a plateia, que ainda lota as salas
escuras dos cinemas para se deliciarem com filmes que em locadoras ficam escondidos
nas últimas prateleiras.
Vale a pena enfrentar a fila e mergulhar nos tons de cinza, no escurinho do
cinema, mesmo que esteja apenas com a pipoca e o refrigentae como companhia.
Edison Borba
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