Nos
complicados anos sessenta, explodia no Rio de janeiro, uma jovem cantora
baiana, que clamava num discurso sobre os retirantes da seca nordestina, enquanto
cantava Carcará. Tempos depois, num novo show, Brasileirinho, ela falou da vontade
de embalar a sua pátria, colocá-la no colo e fazer carinho. A força do carcará
dando lugar à ternura, mas, nos dois momentos o respeito pela Pátria Brasil
fica muito bem definido.
Agora,
em 2015, esta mesma mulher, declara durante uma entrevista que está com pena do
Brasil.
Maria
Bethânia, ao deixar escapar “tenho pena do Brasil”, confessa que nem a luta do povo nem a ternura democrática de amor à nossa
Pátria, foram suficientes para melhorar as condições de vida do brasileiro.
Às
vésperas do carnaval de 2015, apesar da euforia que envolve a população de
todas as regiões, apesar da festa que se anuncia, sabemos que nossa querida
Pátria está gravemente doente.
O
Brasil está enfermo, tão enfermo que dá até pena na gente!
A
seca deixou a região nordeste e se espalhou por outras áreas, o país,
considerado o dono das águas do mundo, perdeu-se na poeira e hoje vive com a
caneca e o pires na mão. A caneca para pedir água e o pires para tentar salvar
os bilhões de reais que migraram, tal qual retirantes, para cofres de outras
Terras.
Também
tenho pena do Brasil!
Tenho
pena do povo brasileiro!
Tenho
pena de mim mesmo!
Tantos
sonhos, lutas, passeatas, enfrentamentos, trabalho (muito trabalho), imposto
(muitos impostos), taxas, tarifas, suor, calos nas mãos que, se juntaram muitas
vezes, para orar pela pátria amada, e tudo parece que foi em vão.
Que
pena! Os homens e mulheres nos quais depositamos nossa confiança e esperança, não
souberam amar a Pátria. Tiveram um comportamento como o de Judas, vendendo-a por
muitas moedas de Euro e de Dólar.
Que
pena, Brasil!
Edison
Borba
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