No dia 15 de novembro de 1899, o
Brasil mandava de volta para a Europa a família real portuguesa. E lá se foi D.
Pedro II e toda a sua comitiva, e com ele, uma série de benfeitorias, que o bom
velhinho, com a sua inteligência, ainda poderia legar a nossa terrinha.
Os anos se passaram e diversos
homens ocuparam a cadeira da maior república da américa do sul. Barbudos, carecas, bigodudos, caras raspadas, sorridentes, austeros, fardados,
de paletó e gravata e até quem não queria, usar tal galanteria, era um homem diferente que não gostava de rinha.
Os anos foram passando e fatos acontecendo: suicídio, mortes, expulsões, construções, revoluções, renúncias e
até generalismos, que mantiveram a Pátria amada sob regras complicadas, por alguns anos seguidos. Um dia, uma pomba branca voou pelo céu anil,
desprendendo-se das mãos de uma jovem cantora, que recebeu o título de
musa, a sonhadora.
Uma tragédia acontece levando o sonho das
Neves deixando o povo chorando, sob a regência de um homem, que recebeu de presente a
cadeira de presidente. Um bigodudo sortudo!
E assim, numa sucessão masculina,
a República Brasileira, voltou a se encantar com o direito de poder
voltar a votar.
E foram gritos e
comemorações! Corações batendo forte, sensação de que de agora, a
pátria acertaria o norte e navegaria em mar de almirante e voaria em céu de
brigadeiro. Esse é o destino de um País altaneiro!
E vieram mais homens,
intelectuais, engravatados, engomados, envernizados. Caçadores de marajá, de
pulso cerrado e armado, para governar a democracia, no caminho da harmonia.
De repente, muito "derepentemente" um grupo de caras pintadas resolveu gritar mais alto e tirou lá do
planalto o belo governante, que junto com sua amada partiu pra viver bem
longe, lá onde mora o Abrantes.
Mas o povo agitado queria mudar
de caminho, e deixando de lado o topete, e também o
sociólogo, aclamou um operário, que por ser gente como a gente, podia ser
presidente. Um nordestino arretado que até dedo cortado o camarada exibia.
Chegou forte e com coragem, parecendo um leão, aqueles que são de morte e se vê
muito no norte, enchendo de ilusão o coração brasileiro.
Passados alguns momentos de
ufania e alegria, o grupo do operário mostrou que não era otário e resolveu
lançar mão de tudo que até então dizia que não podia. E foi tanta roubalheira,
fizeram tanta besteira que houve até julgamento dos que se fizeram jumento,
deixando-se flagrar nas falcatruas da vida, usando o planalto, para voarem bem alto.
O povo então decidiu: chega de macho
no mando! Queremos mudar de linha, vamos deixar as bombachas e escolher as
calcinhas, que talvez sejam melhores do que as cuecas meladas, que só fizeram
besteira na nossa República altaneira.
Eleger mulher bonita,
daquelas que mesmo de chita, tem cangote bem cheiroso. Que seja mãe e avó, e
que por ser brasileira, jamais vai fazer besteira. Será para nós uma fada, uma
irmã, e até quem sabe, mãe. Em seu colo ficaremos nas horas de dificuldade. Ela, por ser
feminina nos livrará da maldade, dos dores e sofrimentos, com ela teremos alento!
Oh, que desilusão! A Dona que foi
eleita, já veio de cabeça feita e de nada adiantou, fez discurso mentiroso, empregou
toda a família, fez farra lá em Brasília, com o dinheiro do povo. Mas, o
destino cruel, quis que o povo carente, tentasse novamente na boa senhora
votar, e agora que tragédia todos devem aguentar.
A fada agora é bruxa, de madrinha
nada tem, cravou suas garras e unhas na vida do trabalhador, que cansado e
abandonado, pela tal sonhada república, se lembra do Imperador.
Oh, meu Deus, que horror! Foi no
15 de novembro, lá dos anos antigos, que mudamos os caminhos do nosso querido
Brasil. De império a república, passou pela ditadura, mas conseguiu pelo voto em democracia sonhar, ser povo livre e cantar, nadar em rios de mel e poder comer pastel, com caviar de recheio, ganhar salário digno e andar com bolso cheio.
Sonhar, apenas sonhar, pois o que
temos agora é uma velha senhora, de cara feia e zangada que promete dar palmada
em quem dela discordar. Pai do Céu, Jesus bonzinho, faça que um anjinho traga
de volta pra nós um império das antigas, nem que seja um pouquinho, apenas com
os netinhos do vovô Imperador. Prometemos ser nunca mais errar nos votos, isso não, queremos ter com orgulho uma nova e boa Nação.
Viva D. Pedro II! Viva a
Democracia! Viva eu e viva tu, viva o rabo do tatu!
Parabéns ao povo brasileiro pelo
aniversário da Proclamação da sua República!
Edison Borba
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