Ontem encontrei-me com o saci,
que estava acompanhado da mula sem cabeça e de algumas sereias. Eles estavam
aguardando a chegada do caipora, que viria com o negrinho do Pastoreio e com o
curupira.
Enquanto esperávamos pela chegada
dos amigos, perguntei ao saci o que ele estava fazendo na rua àquela hora da
noite, junto com dona mula sem cabeça e as vaidosas sereias, além de estarem
usando umas roupas estranhas.
Ele, alegremente e pulando numa
perna só, respondeu-me: “Vamos participar de uma festa de halloween!”
Eu, maldosamente perguntei: “Por
que vocês não organizam uma festa, entre vocês e convidam crianças brasileiras
para se divertirem?”
O amigo saci, deixando de lado
seu cachimbo, deu muitas risadas e falou: “Será que as nossas crianças nos
conhecem?”
Eu, envergonhado, baixei a cabeça
e refletindo, pensei no quanto os personagens do nosso folclore estão
esquecidos.
Realmente o Senhor Saci tinha
razão, nossas crianças esqueceram da mula sem cabeça, do curupira, do negrinho
do Pastoreio, das sereias, do caipora e de muitos outros personagens que
habitaram o nosso imaginário, no tempo em que havia o Sítio do Pica Pau
Amarelo.
Nossas crianças esqueceram?
Talvez os adultos é que tenham deixado
de contar as histórias brasileiras para as novas gerações, preferindo contar
outras histórias de outros lugares.
Infelizmente, até as histórias
vindas de outras Terras são narradas de forma errada, sem nenhuma conotação com
o passado e as origens do povo de onde elas surgiram.
Que confusão! Deixei escapar esta
exclamação em voz alta, o que fez com que o grupo do Senhor Saci, iniciasse uma
polêmica: Quem nos colocou no banco do esquecimento?
O sábio Senhor Saci, alegremente
falou: pessoal, criança é criança aqui ou em qualquer parte do mundo, nós que
vivemos no mundo da fantasia devemos nos unir, portanto, que venham as bruxas,
os duendes, as fadas, os gnomos e se juntem ao negrinho do Pastoreio, curupira,
mula sem cabeça, sereias, boi tatá e caipora.
Vamos inventar novas histórias.
Vamos dar bons exemplos. Vamos estimular as crianças a sonharem e acreditarem
em seus sonhos.
Edison Borba
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